Brasil reduz em 30% a insegurança alimentar, mas 20 milhões de pessoas ainda enfrentam a falta de comida na mesa
Recentemente, o Governo Federal divulgou, por meio do estudo realizado pelo Instituto Fome Zero (IFZ), a redução de 30% da insegurança alimentar total (grave + moderada) no país. Isso significa que 13 milhões de pessoas deixaram de passar fome. No entanto, apesar do resultado animador, 20 milhões de brasileiros ainda enfrentam a falta de acesso aos alimentos, que é um direito básico que deve ser assegurado a qualquer cidadão. Já no último trimestre de 2023, segundo dados coletados pelo IBGE utilizando a escala EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), cerca de 9 milhões de brasileiros estavam no pior nível da escala, enquanto esse número era superior a 33 milhões em 2022.
“A alimentação digna não é apenas uma questão de sobrevivência, mas também está diretamente ligada à saúde, à educação e ao desenvolvimento humano. Pessoas que não têm acesso a alimentos nutritivos e suficientes, estão privadas de ter uma qualidade de vida melhor”, aponta Alcione Pereira, CEO e fundadora da Connecting Food – primeira foodtech brasileira de impacto social especializada em conectar alimentos que seriam descartados por empresas a Organizações da Sociedade Civil.
A insegurança alimentar engloba não apenas a fome, mas também a dificuldade de acesso constante e confiável a alimentos nutritivos e adequados para sustentar uma vida saudável e ativa. O Governo Federal informou que, para chegar à redução desses números, foi realizado um conjunto de ações, como aumento de renda e de proteção social, além do incentivo à produção e ao consumo de alimentos adequados e saudáveis. Por isso, é fundamental que governo, setores públicos e privados e a sociedade como um todo estejam cada vez mais engajados na busca das soluções para erradicar a fome.
O desperdício de alimentos e a fome
A fome e o desperdício alimentar seguem sendo um paradoxo da sociedade atual. Somente no Brasil, segundo relatório divulgado em 2024 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o mundo desperdiça mais de 1 bilhão de refeições por dia.
A ONU ainda estima que, do total de alimentos que são produzidos a nível global para consumo humano, cerca 17% se perca entre a colheita e as prateleiras dos supermercados anualmente, quantidade que poderia alimentar 1 bilhão de pessoas no mundo.
“É imprescindível refletirmos sobre a importância do direito básico à alimentação digna e sobre a necessidade de promover ações efetivas para combater a fome no Brasil, como fortalecer as políticas de segurança alimentar, promover ações de incentivo à agricultura familiar, reduzir as desigualdades sociais e, sobretudo, combater o desperdício. É responsabilidade de toda a sociedade se unir para garantir que todos possam viver com dignidade, respeito e acesso a uma alimentação saudável e adequada. Somente com esforços conjuntos e políticas públicas efetivas é que poderemos caminhar em direção a um país mais igualitário e solidário”, reforça Alcione.
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