Atividade econômica do Brasil segue em expansão em fevereiro, mas perde força, mostra BC
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) -A economia brasileira seguiu em expansão na metade do primeiro trimestre, em linha com o esperado, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira, em um reflexo de um mercado de trabalho forte e inflação sob controle.
Em fevereiro, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve avanço de 0,40% na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado.
O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters e foi o quarto seguido no azul, embora tenha marcado uma desaceleração em relação à alta de 0,52% de janeiro. Além disso, o resultado do primeiro mês do ano foi revisado para baixo pelo BC, de um avanço de 0,60% divulgado antes.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,59%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,34%, de acordo com números observados.
O destaque em fevereiro foi o desempenho do varejo, com as vendas apresentando crescimento de 1,0% sobre o mês anterior, contrariando expectativa de queda e com o setor atingindo o maior patamar da série histórica, diante de um cenário mais favorável para o consumo.
O mercado de trabalho aquecido, inflação sob controle e o aumento da massa salarial vêm favorecendo a economia brasileira neste início de ano, com destaque para o consumo das famílias.
O Banco Central vem promovendo um ciclo de afrouxamento monetário com a Selic atualmente em 10,75%, o que favorece as condições de crédito no país.
No entanto, a produção industrial frustrou as expectativas e registrou retração de 0,3% em fevereiro, enquanto o setor de serviços teve queda inesperada de 0,9% no volume após três meses de altas.
No mês passado, o Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024 a 1,9%, contra patamar de 1,7% estimado em dezembro.
O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 2,2% este ano, mas o chefe da pasta, ministro Fernando Haddad, já afirmou que a estimativa deve ser revisada para ao menos 2,5%.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
(Edição de Luana Maria Benedito)
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