Trump conquistou eleitores na Superterça, mas sua campanha precisa de mais doadores
Por Alexandra Ulmer
LOS ANGELES (Reuters) - Não faltaram votos para Donald Trump nas primárias presidenciais da Superterça. Ele venceu com folga em quase todas as disputas. Mas, à medida em que seus honorários legais e indenizações crescem, Trump precisa correr atrás de outro eleitorado, enquanto se prepara para o confronto da eleição geral com o presidente Joe Biden: os grandes doadores.
Historicamente, pequenos doadores ajudaram a impulsionar Trump, mas mais de 540 milhões de dólares em indenizações e outros milhões em honorários legais o estão pressionando, com uma longa campanha até a eleição de 5 de novembro no horizonte.
Embora grande parte da base republicana de Trump seja formada por pessoas brancas e da classe trabalhadora, ele tem apoio de alguns norte-americanos ricos que adotam valores sociais conservadores ou que estão ansiosos por legislações tributárias lideradas por Trump que beneficiem os mais ricos.
A última adversária de Trump, Nikki Haley, que era a favorita de muitos da classe tradicional de doadores republicanos, abandonou a disputa nesta quarta-feira, dando a Trump a oportunidade de arrebatar os seus doadores.
Embora alguns benfeitores de Haley tenham começado a doar para Trump, outros ainda o evitam, favorecendo eleições para o Congresso ou optando por votar nele sem doações, com base em entrevistas da Reuters com cerca de uma dúzia de doadores e arrecadadores de fundos.
Questionado se financiaria Trump, o advogado de Nova York e doador de Haley Eric Levine disse: “Focarei toda a minha atenção em ajudar os republicanos a recuperarem o Senado”.
Doador republicano de peso e bilionário de hedge fund, Ken Griffin doou 5 milhões de dólares para a campanha de Haley, mas não deu nada para Trump. O grupo de acompanhamento de financiamentos de campanha OpenSecrets estima que ele foi o terceiro maior doador individual do Partido Republicano no ciclo eleitoral de 2020.
Outros quatro importantes doadores de Haley disseram à Reuters que não dariam dinheiro a Trump. Um quinto afirmou que ainda estava decidindo. Os doadores pediram anonimato para expressar suas deliberações livremente.
A campanha de Trump não respondeu ao pedido por comentários em um primeiro momento sobre os seus planos para arrecadação de fundos.
COMPLICAÇÃO
Uma complicação para Trump: quanto mais ele precisa de dinheiro para sua defesa legal, mais alguns doadores dizem que estão relutantes em enviar dinheiro que deveria ajudar a promover sua candidatura com os eleitores, mas que pode ser usado para honorários legais.
“Não vou assinar um cheque de 50 mil dólares para ele quando não sei para onde diabos o dinheiro vai -- para advogados ou quem sabe o que mais”, disse um grande doador da Califórnia.
Trump ficou ainda mais para trás de Biden na arrecadação de fundos em janeiro, segundo relatórios financeiros. O caixa de Trump caiu para pouco mais de 30 milhões de dólares. Biden, que está em um processo menos competitivo pela indicação do Partido Democrata, afirmou que sua campanha terminou janeiro com aproximadamente 56 milhões de dólares em dinheiro.
É verdade que, em 2016, Trump gastou menos do que a democrata Hillary Clinton e, mesmo assim, conseguiu vencer, embora não tenha enfrentado os mesmos obstáculos legais.
Especialistas dizem que Trump não pode utilizar os fundos da campanha para pagar as indenizações em três processos civis de Nova York porque nenhum está relacionado com a sua campanha ou com a sua conduta enquanto presidente ou candidato político.
No entanto, o comitê de ação política de Trump Save America, que recebe uma parcela de 10% do grande montante arrecadado pelo principal comitê de levantamento de fundos de Trump, gastou mais de 50 milhões de dólares em despesas legais desde o ano passado, segundo revelações feitas à Comissão Eleitoral Federal.
(Reportagem adicional de Gram Slattery)
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