Unigel anuncia demissões em fábricas de fertilizantes, cita alto custo com gás
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Unigel afirmou nesta quarta-feira que demitirá 255 funcionários de suas fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, devido a preços elevados do gás natural, cujo custo tem inviabilizado as operações, de acordo com informação da assessoria de imprensa da companhia.
A companhia disse que "suportou prejuízos durante todo o ano de 2023 e também em 2024, mas mesmo assim preservou a maior parte de seu quadro de funcionários".
Segundo a empresa, os esforços aconteceram na expectativa de que fossem bem-sucedidas as negociações "buscando a redução do preço do gás natural via governo federal", bem como uma alternativa temporária via contrato de 'tolling'" com a Petrobras.
As unidades de fertilizantes, arrendadas da própria Petrobras, estão paralisadas enquanto a Unigel aguarda a eventual implementação do contrato para fornecimento de gás, que foi objeto de questionamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
A Unigel ressaltou que, uma vez cumpridas "as condições precedentes para o contrato de tolling", a companhia poderá reavaliar a retomada da produção.
"Apesar dos esforços de inúmeros segmentos, como federações e associações empresariais, empresas e partidos políticos, o preço do gás natural no país ainda está entre os mais elevados do mundo, chegando a custar até seis vezes mais que no Oriente Médio e Estados Unidos", afirmou a empresa em nota.
A Unigel disse ainda que quando ingressou no setor de fertilizantes, em 2020, acreditava na abertura do mercado livre de gás natural no país e investiu cerca de 600 milhões de reais nas duas fábricas de fertilizantes, gerando cerca de 600 empregos diretos, "fomentando as economias locais e arrecadação de impostos".
A companhia afirmou que contribuiu para redução da "extrema dependência do país na importação de fertilizantes nitrogenados em aproximadamente 15%, que é essencial para o agronegócio".
(Por Rodrigo Viga Gaier; texto de Roberto Samora)
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