Macron enfrenta rachaduras em seu governo por conta de lei de imigração
Por Geert De Clercq e Nicolas Delame
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrentava rachaduras em sua aliança governista nesta quarta-feira, depois que o Parlamento aprovou um projeto de lei rígido para a imigração, deixando-o com a necessidade de encontrar maneiras de apaziguar os membros mais à esquerda da sua coalizão.
O projeto de lei, um compromisso entre o partido centrista do presidente e a oposição conservadora, ilustra uma guinada à direita na política em grande parte da Europa, à medida que os governos tentam conter a ascensão da extrema-direita sendo mais rígidos com a imigração.
A legislação também demonstrou as dificuldades de Macron em governar sem uma maioria parlamentar, que ele perdeu nas eleições de junho de 2022, após conquistar um segundo mandato presidencial.
O ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, disse ao jornal Le Monde que renunciaria em protesto contra a nova lei.
"Não é possível para mim defender esse texto", disse Rousseau, um ex-membro do Partido Comunista, segundo o Le Monde.
As regras mais rígidas -- incluindo cotas de imigração, dificultando que os filhos dos imigrantes se tornem cidadãos franceses e atrasando o acesso dos imigrantes aos benefícios da previdência social -- foram acrescentadas ao projeto de lei para obter o apoio dos parlamentares de direita na aprovação.
O projeto de lei ainda facilita a expulsão de imigrantes ilegais, ao mesmo tempo em que enfraquece os planos de afrouxar as restrições sobre as autorizações de residência para trabalhadores em setores carentes de mão de obra.
Essas condições causaram desconforto entre os parlamentares à esquerda de Macron, e dezenas deles se abstiveram ou rejeitaram o texto em uma votação na terça-feira, com relatos de possíveis renúncias de ministros.
Até mesmo a presidente da câmara baixa do Parlamento, Yaël Braun-Pivet, que votou a favor do projeto de lei, disse à BFM TV que estava "terrivelmente incomodada" com parte de seu conteúdo, em particular com o atraso no acesso aos benefícios sociais para imigrantes com filhos.
Apenas seis meses antes das eleições para o Parlamento Europeu, nas quais a questão da imigração será fundamental, a adoção do projeto de lei poderá impulsionar Marine Le Pen, que chamou o projeto de lei reformulado de "uma grande vitória ideológica" para seu partido de extrema-direita.
Macron deverá defender a lei de imigração em uma entrevista na TV e provavelmente também tentará seguir em frente e apaziguar seu grupo.
0 comentário
Brasil ganha 1º Centro de Treinamento em Irrigação e amplia fronteiras da inovação no agronegócio
Por falta de pesquisador, IAC interrompe estudos em grãos, hortaliças e tecnologia de fibras
CNA e parlamentares discutem temas de interesse do agro
Haddad anunciará isenção de IR para quem ganha até R$5 mil, diz O Globo
Faturamento do setor de máquinas avança em outubro após mais de 2 anos de quedas, diz Abimaq
Mars Wrigley estimula o ecossistema do cacau no Brasil por meio da ciência e relacionamento com a comunidade