Argentina deve lançar nos próximos dias 'dólar milho' e agro local já se mostra descontente
Depois de três rodadas do chamado "dólar soja", a Argentina se prepara agora para mais um câmbio específico e as conversas de bastidores dão conta de que poderia se tratar de uma taxa específica para o milho. "A Argentina deve lançar o "Maiz Dollar", estão falando novamente sobre isso. Falaram em maio, não veio. Agora parece mais quente", disse o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, em seu boletim diário.
As informações preliminares da mídia argentina não trazem mais detalhes, porém, o ministro da Economia local, Sergio Massa, afirmou que além do milho, as chamadas 'economias regionais' como girassol, sorgo e cevada também poderiam ser favorecidas. Mais do que isso, o dirigente da pasta sinalizou uma melhora da taxa dos atuais 300 pesos por um dólar para algo entre 340 e 350 pesos, valendo até 31 de agosto.
O diretor da Globaltecnos, Sebastian Gavalda, com exclusividade ao Notícias Agrícolas, afirma que informações oficiais ainda não foram divulgadas e a expectativa é de que cheguem ao ginal da tarde desta sexta-feira (21) ou na segunda (24). "Seria um novo dólar para o agro que não incluiria a soja, mas o milho, além de sorgo, cevada e girassol. Haveria também uma medida para a importação de alguns produtos, o que também poderia afetar o setor agro". O executivo completa dizendo que, por mais que não se saiba muito, o que se fala é de um 'dollar maiz' a 340 pesos, contra o último dólar soja, de 270 pesos.
DÓLAR BATE NOVO RECORDE NESTA 6ª FEIRA
O dólar registrou um novo recorde na Argentina nesta sexta-feira, alcançando 529 pesos, depois do recorde de seis dias atrás de 525 pesos. "O dólar 'blue' ganhou quatro pesos somente nesta sessão à espera da aplicação das novas medidas cambiais. O Banco Central continua sacrificando suas reservas, enquanto o acordo é renegociado com o FMI", traz o portal local Infobae.
SETOR DESCONTENTE
Assim como nas ocasiões anteriores, a chegada demais um dólar específico para o setor não agrada as lideranças do agronegócio argentino e poderiam gerar mais uma distorção do atual cenário econômico da nação sul-americana. Afinal, apesar do estímulo que a moeda diferenciada traz às exportações de grãos, é sabido que a medida está apenas travestindo a real intenção do governo de Alberto Fernandez de arrecadar divisas e para saldar seus enormes compromissos financeiros. O objetivo do governo é de arrecadar aos menos US$ 2 bilhões nesta nova rodada.
"Este tipo de medidas deixa descoberto os desequilíbrios macroeconômicos de nosso país. Se há um novo dólar diferente, seguiremos com ações que beneficiam alguns setores e prejudicam outros", afirmou o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Nicolás Pino, ao La Nacion.
Complementando, o presidente da Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) e do Centro Exportador de Cereais (CEC), Gustavo Idígoras, o melhor seria a adoção de um câmbio unificado e competitivo para o agro da Argentina. Idígoras ainda ainda afirmou que Ciara e CEC não estão em nenhuma mesa de negociação sobre a ferramenta. "Estes sistemas transitórios geram muitas distorções de mercado, prejudicam a exportação e, na sequência, todas as demais cadeias de valor. Entendemos que a Argentina atravessa uma realidade macroeconômica muito complexa e difícil, mas o melhor é tratar de trazer esforços que possam garantir uma normalização das condições de mercado", diz.
Com informações adicionais do La Nacion e do Infobae
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