Energia solar no agronegócio brasileiro cresce 34,8% em potência no ano até junho
SÃO PAULO (Reuters) - A geração própria de energia solar pelo agronegócio registrou expansão de 34,8% em potência instalada entre janeiro e junho deste ano, alcançando 3,1 gigawatts (GW), em meio a maiores investimentos dos produtores para garantir suprimento elétrico seguro e sustentável.
Os dados são de um mapeamento divulgado nesta segunda-feira pela fintech Meu Financiamento Solar, feito com base em informações da agência reguladora Aneel e da associação setorial Absolar.
O levantamento mostrou que os investimentos em sistemas distribuídos de geração solar pelo agro aumentaram 27% no ano até junho e atingiram 15,5 bilhões de reais no acumulado desde 2012, quando a modalidade de geração distribuída de energia foi regulamentada no país.
Ao todo, a geração distribuída solar já atende mais de 200 mil de unidades consumidoras do agronegócio, estando presente em 4,9 mil municípios brasileiros com pelo menos um sistema do tipo no meio rural.
Com o crescimento registrado neste ano, o segmento agro passou a representar 14% de toda a capacidade nacional de geração distribuída fotovoltaica --tecnologia que cresce a taxas elevadas no Brasil por seus incentivos tarifários, e que é utilizada também por residências, comércios e indústrias sobretudo por meio de telhados e fazendas solares.
A redução de gastos com eletricidade, com economia de até 90%, e a garantia de suprimento seguro e de uma fonte de energia renovável são os principais chamarizes da modalidade, tanto para grandes produtores agro quanto para a agricultura familiar.
"Como um dos principais insumos da atividade produtiva rural é energia elétrica, o uso de energia solar nas fazendas é atualmente uma das grandes soluções para elevar ainda mais a competitividade, a qualidade e a sustentabilidade do manejo agrícola e pecuário no Brasil", explicou Carolina Reis, diretora do Meu Financiamento Solar, em nota.
A geração distribuída solar permite levar eletricidade para áreas onde a rede elétrica ainda não chegou no campo ou onde ela funciona de forma precária e instável, com produtores dependendo de geradores à diesel, mais caros e poluentes.
A tecnologia também tem outras aplicações no campo, no bombeamento e irrigação de água, na refrigeração de carnes, leite e outros produtos, na regulação de temperatura para a produção de aves, na iluminação, entre outros.
(Por Letícia Fucuchima)
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