UE aprova acordo que impede importação de commodities ligadas ao desmatamento
A União Europeia aprovou as novas diretrizes para impedir a compra de produtos ligados às áreas de desmatamento global e impedir a degradação florestal. As novas regras de importação podem afetar as compras de soja, café, carne bovina, cacau, madeira e óleo de palma. Produtos derivados e manufaturados como chocolate, papel impresso e móveis também deverão ser incluídos.
No dia 13 de setembro de 2022, o Parlamento Europeu já havia aprovado as novas regras, que agora também foram aceitas pelo executivo. Segundo informações publicadas pela Comissão Europeia, uma vez adotada e aplicada, a nova lei garantirá que um conjunto de bens essenciais colocados no mercado da UE deixará de contribuir para o desmatamento e a degradação florestal na UE e em outras partes do mundo.
A Comissão explicou ainda que a partir do momento em que as novas regras entrarem em vigor - o que pode acontecer no início de 2023 -, as empresas relevantes terão que realizar uma rigorosa due diligence se colocarem no mercado da UE. "Essas commodities foram escolhidas com base em uma avaliação de impacto minuciosa, identificando-as como o principal fator de desmatamento devido à expansão agrícola", afirma a publicação.
O acordo foi assinado um ano depois da proposta da Comissão em 2021 e manteve as principais características propostas naquela ano: de combate ao desmatamento, exigências estritas de rastreabilidade ligando as commodities às terras agrícolas onde foram produzidas. A publicação explica também que Parlamento Europeu e o Conselho terão agora de adotar formalmente o novo regulamento antes da sua entrada em vigor. Uma vez em vigor o Regulamento, os operadores e comerciantes terão 18 meses para implementar as novas regras . As micro e pequenas empresas terão um prazo maior de adaptação, além de outras disposições específicas.
"O acordo político de hoje sobre a lei de desmatamento da UE marca um importante ponto de virada na luta global contra o desmatamento. Ao fazermos a transição verde na União Europeia, também queremos garantir que nossas cadeias de valor também se tornem mais sustentáveis. Combater o desmatamento é uma tarefa urgente para esta geração e um grande legado a ser deixado para a próxima", afirma Frans Timmermans, Vice-Presidente Executivo do European Green Deal à publicação da Comissão Europeia.
Novas regras de due diligence para empresas
O novo regulamento estabelece fortes regras obrigatórias de due diligence para empresas que desejam colocar produtos relevantes no mercado da UE ou exportá-los. Operadores e comerciantes terão que provar que os produtos são livres de desmatamento (produzidos em terras que não foram sujeitas a desmatamento após 31 de dezembro de 2020) e legais (em conformidade com todas as leis relevantes aplicáveis em vigor no país de produção).
As novas regras pedem que as empresas coletem informações precisas sobre as áreas de produção agrícolas. O não cumprimento pode resultar em multas e até mesmo no impedimento de vendas para União Europeia.
Primeiras reações
Segundo informações publicadas pela agência de notícias Bloomberg, o acordo foi bem recebido por grupos ambientais, destacando que a forte emanda da Europa por borracha, por exemplo, está ligada ao desmatamento de 520 quilômetros quadrados na África Ocidental desde o início do milênio.
“Não se engane, esta lei vai silenciar algumas motosserras e impedir que empresas lucrem com o desmatamento”, disse John Hyland, porta-voz do Greenpeace. “Nos próximos anos, a UE deve ampliar seu foco para proteger a natureza como um todo, não apenas as florestas.”
Por outro lado, a publicação acrescentou que para os produtores de óleo de palma as regras adotadas pela UE podem impedir o acesso de milhões de pequenos produtores da Ásia, América Latina e África, "que não têm meios para atender aos requisitos de rastreabilidade mais rígidos".
Setor sucroenergético e milho do BR ficaram de fora da decisão da UE sobre exportação de áreas desmatadas
Por Jhonatas Simião
A União Europeia chegou a um acordo nesta terça-feira (06), através de seu Parlamento, para banir a importação de produtos do agronegócio vindos de áreas de desmatamento após o ano de 2020, como óleo de palma, carne bovina, madeira, café, cacau, borracha e soja. Além do Brasil, a medida poderá atingir outros países como Indonésia, Argentina, Gana e Nigéria.
O setor sucroenergético e o milho, porém, ficaram de fora dessa decisão e não devem sentir impactos no comércio exterior com essa lei que logo mais deve entrar em vigor.
"A cana e o milho, assim com seus derivados, ficaram de fora dessa nova legislação", disse a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) através de sua assessoria de imprensa.
Neste ano de 2022, o Brasil já exportou para a União Europeia, até outubro, cerca de 1 milhão de toneladas de açúcar, de acordo com o Observatório da Cana da Unica, com destaque para as compras da Holanda.
Os embarques de etanol ficaram em pouco mais de 510 mil metros cúbicos.
A União Europeia não é tão dependente do açúcar brasileiro, como acontece com outros produtos, pois o bloco é o terceiro maior produtor do mundo oriundo da beterraba sacarina. Na safra 2022/23 (outubro-setembro), o bloco tem produção estimada em 16,15 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, em inglês).
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