Produtores de Sorriso-MT e região recebem incentivos por serviços ambientais e fazem investimentos em suas fazendas
O grupo de produtores rurais do CAT Sorriso, Gente que Produz e Preserva, tem como objetivo mobilizar agricultores a aderir ao processo de certificação de soja de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, aumentando a eficiência na gestão das propriedades e a competitividade no mercado. Todo o processo é realizado por meio do Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável, que busca promover a produção do comércio e o uso da soja.
Os produtores que certificam suas propriedades recebem um incentivo pelos serviços ambientais: cada tonelada de grão físico produzido equivale a um crédito RTRS pelo apoio à soja produzida de forma responsável, que é comercializado entre o produtor e a demanda, e registrado na plataforma online que brinda RTRS para conectar os atores da cadeia de fornecimento de soja. O CAT Sorriso é o gestor deste grupo e auxilia no processo repassando o valor total ao produtor.
Ou seja, uma fazenda certificada, além de receber apoio financeiro pela venda dos créditos, ganha muito com a gestão, que de certa forma se transforma em mais economia nos processos e rentabilidade. Dudy Paiva, vice-presidente do CAT Sorriso e proprietária da Fazenda Santana, referência na região de Sorriso-MT, certificou sua propriedade em 2015. Foram cerca de 5 anos para ficar dentro do Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável.
“Durante esses anos, já recebemos mais de R$ 100 mil de bonificação. Com esse valor, foi possível colocarmos uma caixa d’água de 20 mil litros, apostarmos no monitoramento com câmeras e ainda fazermos uma oficina na fazenda. Graças à certificação, hoje, temos uma melhor gestão e um menor consumo de defensivos agrícolas, um controle melhor nos combustíveis”, afirma. Segundo ela, além da segurança no trabalho, o grupo Gente que Produz e Preserva é o responsável por treinamentos e cursos para os funcionários da fazenda.
A proprietária da Fazenda Cella, Ledair Salete Cella, conta que sua propriedade começou a participar do projeto de certificação em 2015 e que foi certificada pela primeira vez em 2016. “Recebemos em torno de R$ 180 mil através dos créditos gerados ao longo destes 6 anos. Com a bonificação, pudemos regularizar a construção da cantina, o alojamento, a oficina e a casa de defensivos, investindo na fazenda. Um outro ponto importante foi o aperfeiçoamento dos nossos funcionários, que participaram de palestras e cursos de distribuição e uso correto dos EPIs”, explica.
Gustavo Picolli, proprietário das fazendas da Pedra, Rodeio e Pluma, conta que iniciou no programa de certificação em 2014 com o auxílio do CAT Sorriso, sendo certificado em 2016. “Com a bonificação investimos na estrutura, qualificação dos colaboradores e melhorias nos alojamentos. Sendo assim possível uma melhor organização de processos, reduzindo tempo e perda de insumos”, comenta.
“Até agora, 180 mil hectares de área total certificada e em processo de certificação RTRS, cerca de 200 agricultores familiares abordados para a implantação das cadeias de produção de alimentos e mais de 2 milhões de dólares em valor líquido em créditos de soja certificada pagos”, comemora Darci Getúlio Ferrarin Junior, presidente do CAT Sorriso.
Com a certificação, os produtores passam a contar com diversas vantagens administrativas (indicador de gestão e aumento da produtividade e da eficiência da operação), econômicas (redução de despesas com seguros de acidentes de trabalho devido à redução do índice e oportunidade de acesso ao mercado internacional), sociais (motivação dos funcionários em prol de melhorias contínua e melhor relação com a comunidade) e ambientais (melhoria da qualidade do solo e da água, melhor gestão de resíduos e menor índice de poluição)
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