Fórmula de nutrição de pastagens da Mosaic reduz emissões e eleva sequestro de carbono

Publicado em 25/07/2022 08:31

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Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) - A Mosaic Fertilizantes acaba de concluir um estudo em parceria com a consultoria Delta CO2 comprovando que uma nova formulação de nutrição de pastagens reduz em até 30% as emissões de óxido nitroso, gás que chega a ser 273 vezes mais nocivo que o carbono ao meio ambiente, além de elevar o sequestro de carbono dos pastos e melhorar a produtividade do gado.

A fórmula analisada já é utilizada em um dos produtos da MPasto, linha da Mosaic de adubos para a pecuária, uma das que mais cresce em vendas, disse à Reuters o gerente de Produtos da companhia, Samuel Bortolin.

Segundo ele, há um potencial ainda maior de avanço para esses produtos no Brasil, que é dono do maior rebanho bovino comercial no mundo e onde aumentam as preocupações com as emissões de gases de efeito estufa por parte do agronegócio.

Somente em 2021, o volume de vendas de fertilizantes para pastagem da empresa já disparou 146% no comparativo anual. Agora os resultados do estudo, relatados com exclusividade à Reuters, também serão incorporados aos materiais comerciais.

"A gente já tem este produto no mercado, mas nossa ideia era fazer toda essa análise do ciclo de emissões dele... Você não tem necessidade de aumentar novas áreas quando você tem mais pastos e é aí que entra a adubação", disse o executivo.

Ele lembrou que os pecuaristas vêm avançando muito na busca por tecnologias, mas o mercado exige avanços ainda maiores rumo à sustentabilidade.

Na ponta consumidora, ele disse que as empresas de carnes são cada vez mais pressionadas pela sociedade, em questões como a rastreabilidade da proteína, e muitas delas contam com metas de descarbonização bem definidas. Sendo assim, a saída para o pecuarista é aumentar o número de animais por hectare, com práticas que tragam ganhos econômicos e ambientais.

ENTENDA

O manejo das pastagens é importante para evitar redução da produtividade das gramíneas e aumentar o volume que será utilizado para a alimentação do gado.

Segundo o levantamento, realizado por cerca de 30 dias em Piracicaba (SP), o potencial produtivo das gramíneas está limitado à quantidade de nitrogênio (N) disponível para seu desenvolvimento. Então, a adubação nitrogenada é a mais indicada para a manutenção da produtividade.

A fonte de nitrogênio mais comercializada no mundo é a ureia, devido ao menor custo por unidade de N, além de ser compatível para misturas com outros fertilizantes.

"Mas boa parte desse nitrogênio pode ser perdido por formas gasosas. Uma é a volatilização da amônia, uma parte desse nitrogênio perde-se na forma de amônia, que é uma molécula que causa chuva ácida na atmosfera", explicou à Reuters o professor Carlos Eduardo Cerri da USP-Esalq, que conduziu o estudo solicitado pela Mosaic.

Uma alternativa para reduzir tais perdas é a utilização de fórmulas com aditivos que inibem esses processos, aumentando o rendimento e a absorção de nitrogênio pelas plantas.

Segundo o levantamento, a atividade agropecuária é responsável por um quarto das emissões globais dos gases do efeito estufa (GEE) e o uso do fertilizante nitrogenado está entre as maiores fontes emissoras.

"(Mas) diferentes aditivos combinados à ureia reduzem a emissão dos gases do efeito estufa diretos, bem como a volatilização (GEE indireto), traduzidos em benefícios agronômicos e ambientais à pecuária em pasto", disse a análise.

No caso da Mosaic, o MPasto Nitro --produto analisado no estudo-- é uma formulação de fertilizante nitrogenado de alta concentração à base de ureia estabilizada com inibidor de urease.

Segundo Cerri, na aplicação paralela à ureia convencional, o produto foi entre 32% e 40% mais eficiente no que diz respeito à volatilização, além de ter menor emissão de óxido nitroso.

No estudo, também foi identificada a possibilidade de menor emissão de metano pelo gado que se alimentou com o pasto adubado pelo produto em análise.

O metano é um gás que pode ser emitido pela eructação bovina, conhecida como o "arroto" do boi, e que é 28 vezes mais potente de que o dióxido de carbono (CO2) em aquecer a terra, de acordo com o especialista.

"Se essa gramínea for ingerida pelo animal, o animal pode ganhar peso de abate em tempo menor, então nós estamos evitando emissões desnecessárias de metano. É um conjunto", acrescentou.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

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Fonte:
Reuters

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