Falta de fertilizantes reduzirá produção de alimentos e afetará diretamente populações de baixa renda, diz Antonio Galvan
A falta de fertilizantes químicos vai afetar a produção e encarecer o preço dos alimentos. E quem vai sofrer mais é a população de renda mais baixa. O alerta foi feito pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan, nesta quinta-feira (28.4) em Brasília.
Ele participou de audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado que debateu o uso de remineralizadores como alternativa para manejo e uso de solos. O debate foi mediado pelo senador Acir Gurgacz (PR/RO).
De acordo com Galvan, o debate é oportuno tendo em vista os problemas que os embargos no embarque de fertilizantes na região do conflito entre Rússia e Ucrânia podem provocar na produção de alimentos no mundo.
“O preço para importar fertilizantes está muito mais caro com a guerra. E isso vai refletir em produção menor nas nossas lavouras. Quem mais vai sentir este impacto são as pessoas de baixa renda, quem gastam a maior parte de seus recursos para adquirir a cesta básica. O que estamos defendendo aqui vai muito além da redução de custos para produzir. É uma questão de segurança alimentar”, pontuou.
O presidente da Aprosoja Brasil defendeu a aprovação de pautas prioritárias para o setor produtivo rural, como os projetos de lei do Licenciamento Ambiental, da Regularização Fundiária, dos Defensivos, que já tramitam no Senado, além do PL do Autocontrole, que está prestes a ser apreciado pela Câmara Federal e pode chegar em breve ao Senado.
“Na quarta-feira estivemos junto com deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária reunidos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pedimos apoio para solucionar os gargalos da produção. Com o Licenciamento Ambiental poderemos regulamentar a exploração de jazidas de fósforo e potássio que temos em território nacional e reduzir nossa dependência de fornecedores externos. Precisamos aprovar com urgência esses projetos para viabilizar a produção e atender a demanda mundial”, salientou Galvan.
Antonio Galvan usou seu tempo também para falar sobre os grandes monopólios internacionais que os produtores enfrentam para comprar fertilizantes, sementes e defensivos e também para vender sua produção.
Rochagem em alta
Pesquisadores, produtores rurais e especialistas afirmam que a utilização de pó de rochas disponíveis em território nacional pode atenuar parte da dependência brasileira de fertilizantes importados e contribuir com o aumento da fertilidade dos solos, elevar a produtividade das lavouras e reduzir custos para produção.
Participaram também da audiência o chefe da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, o presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, o consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré, e o pesquisador Antonio Bizão.
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