Óleos Vegetais: Suspensão das exportações de óleo de palma pela Indonésia deixa oferta ainda mais ajustada e preços reagem com alta agressiva
A já ajustada oferta global de óleos vegetais ficou ainda mais apertada nesta sexta-feira (22) com a Indonésia - a maior exportadora global de óleo de palma - tendo suspendido suas exportações a partir de 28 de abril. A decisão, informada pelo presidente Joko Widodo neste dia 22, tem como principal objetivo tentar conter, ao menos em partes, as altas do derivado no mercado local, bem como de garantir o abastecimento para sua população.
“Vou acompanhar e avaliar a implementação desta política para que a disponibilidade de óleo de cozinha no mercado interno se torne abundante e acessível”, disse Widodo.
Em janeiro, o governo indonésio já havia informado sobre uma outra suspensão, porém, a medida foi revogada já em março, uma vez que levaram as cotações do subproduto nos mercado internacionais às suas máximas históricas na ocasião. E nesta sexta, a situação não foi muito diferente. A diretora geral de Comércio Exterior do Ministério do Comércio, Veri Anggrijono, afirmou que as autoridades da pasta continuarão a acompanhar o presidente e suas decisões.
Tão logo a notícia foi divulgada, os futuros do óleo de soja dispararam mais de 3% na Bolsa de Chicago, com o primeiro vencimento chegando a testar os 84 cents de dólar por libra-peso. Perto de 13h10, o ganho era de 1,97% para 81,21 cents/lb.
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De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a Indonésia adotou certo 'protecionismo' em seu mercado, principalmente desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. O conflito elevou agressivamente os preços dos insumos e dos produtos agropecuários em todo mundo, o que faz com que mais nações também busquem garantir sua segurança alimentar.
Há alguns meses, a Argentina elevou suas taxas de exportação do farelo e do óleo de soja, com o mesmo objetivo.
Entretanto, a FAO - o braço da ONU para alimentação e agricultura - fez um alerta nos últimos dias sobre ações como estas serem evitadas, uma vez que só promovem um efeito contrário, e alimentam ainda mais as altas dos preços.
"A notícia certamente criará um caos. Temos o maior produtor proibindo as exportações de produtos de palma, o que adicionará mais incerteza à já restrita disponibilidade de óleo vegetal em todo o mundo", afirmou um analista indonésio à agência internacional de notícias.
Além das preocupações com o óleo de palma, o mercado de óleos vegetais também reflete a oferta menor vinda do Leste Europeu de óleo de girassol. A região é a maior exportadora global do derivado e tem sua logística ainda muito comprometida.
"Tanto a Ucrânia, quanto a Rússia deverão deixar um déficit muito grande de óleo de girassol, enquanto a Índia, a maior importadora mundial de óleos vegetais, está ávida para comprar tudo o que puder, querendo tudo o que aparece de óleo no mundo", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
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