Greve dos caminhoneiros: PRF faz operação para garantir embarques em Santos; café, carne e algodão são os mais impactados
Segundo informações da Associação Comercial de Santos, a greve dos caminhoneiros segue impedindo o fluxo de veículos no Porto de Santos e, consequentemente, impedindo também a circulação de cargas e contêineres nos terminais retroportuários. Segundo analistas, a greve pode trazer ainda mais problemas ao caos logístico enfrentado por todo setor produtivo do país. (confira nota da administradora do porto no final do texto)
A greve teve início em 1º de novembro e os manifestantes reivindicam a queda nos preços de combustíveis, assim como o retorno da aposentadoria especial da categoria com 25 anos de contribuição. Em relação aos embarques de mercadorias agrícolas, a Associação afirma que os setores de café, carne e algodão sentem os maiores impactos. O setor de grãos, assim como o de açúcar, fazem o transporte por meio ferroviário e sentem menos impactos.
De acordo com Eduardo Lopes, para solucionar os impasses, o Ministério da Infraestrutura começou ontem uma operação com a Polícia Rodoviária Federal (confira nota da corporação no final do texto). A ação conta com um efetivo de 200 policiais, que tem como principal objetivo a formação de um corredor de segurança desde o acesso aos terminais até a subida da Serra do Mar. Segundo Eduardo, uma assembleia está marcada para acontecer ainda nesta manhã, o que deve ditar o ritmo do movimento nas próximas horas. "A circulação do caminhões está comprometida e isso traz um prejuízo enorme para o setor. O terminal recebem, por dia, pelo menos 2 mil contêineres e entre 5 e 7 mil contêineres deixaram de ser embarcados", comenta.
O Notícias Agrícolas entrou em contato com o Porto de Santos, via assessoria, e aguarda retorno.
Setor de carnes pode sofrer ainda mais com a falta de contêineres refrigerados
por Letícia Guimarães
No caso específico das exportações de carne suína e de aves, majoritariamente produzidas na região Sul do país, o impacto mais imediato da paralisação deve ser o agravamento da escassez de contêineres refrigerados, conforme explica Edson Vidal, Gerente de Terminal de Congelados da Cotriguaçu Cooperativa Central, que representa outras cinco cooperativas do Oeste paranaense: Coopavel, Copacol, C.Vale, Lar e Frimesa.
Segundo ele, as manifestações em Santos não influenciam neste momento no grupo de cooperativas, já que o principal terminal utilizado para escoar a produção é em PAranaguá, no Paraná. Da mesma forma, segundo a assessoria de imprensa da Aurora Alimentos, as exportações da empresa também são realizadas por outros portos, como Paranaguá, Itajai e Itapoá (estes dois em Santa Catarina).
"O maior impacto será na distribuição de contêineres vázios, pois estes têm que chegar até as plantas via rodovia/ferrovia e retornar ao porto carregados com produtos dendereçados a vários destinos internacionais. A solução seria alimentar as plantas agroindustriais pela ferrovia, porém esta via está bem limitada", afirma Vidal.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes exportadores de carne suína e de frango, foi questioanda a respeito dos impactos da greve, mas a entidade ainda está apurando as informações.
Da mesma forma, a BRF também foi perguntada sobre os reflexos da paralisação, mas a assessoria de imprensa ainda não retomou o contato.
Veja nota divulgada pela administradora do Porto de Santos na íntegra:
A Santos Port Authority (SPA) informa que o acesso ao Porto de Santos flui normalmente nesta sexta-feira (5), não havendo qualquer retenção ao tráfego nem concentração de caminhões parados. As operações que estiveram com alguma interferência até esta quinta (4) estão sendo retomadas e toda a segurança será garantida. Cerca de 30 pessoas permanecem em manifestação nas imediações do Porto, sem impedir o acesso de veículos.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e a Guarda Portuária, sob a coordenação da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos-SP), órgão responsável pela segurança pública portuária, atuam numa força-tarefa estratégica para garantia da fluidez das cargas através do maior porto marítimo da América Latina. Desde a madrugada de ontem (4) um efetivo de 200 homens foi destacado para formar um grande corredor de segurança desde o acesso aos terminais até a subida da Serra do Mar.
Veja nota divulgada pela PRF na íntegra:
A Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e a Guarda Portuária, através da coordenação da Cesportos/SP, órgão responsável pela segurança pública portuária, uniram forças numa força tarefa estratégica dos órgãos de Segurança Pública no Porto de Santos nesta quinta-feira (04). O objetivo da operação integrada é a garantia da fluidez de cargas através do maior porto marítimo da América Latina.
A iminente greve de caminhoneiros autônomos tem inspirado receio nos trabalhadores do transporte, que temendo sofrerem represálias, ameaçam deixar de carregar e descarregar cargas no porto.
Visando coibir qualquer cerceamento da fluidez do transporte, a força tarefa composta pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Federal e Guarda Portuária, propõe aumentar a percepção de segurança em torno do perímetro adjacente ao Porto, a fim de proporcionar segurança aos transportadores de carga que atuam no escoamento da produção nacional pelo porto.
A operação seguirá até que a situação esteja normalizada no porto. A Polícia Militar e as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual estão, juntas, intensificando o patrulhamento na região portuária, com o intuito de realizar a prevenção da ordem pública, bem como de assegurar o direito de ir e vir das pessoas até que a situação se normalize.
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