Com baixo custo e rentável em período de estiagem, produção de capiaçu é referência para produtores de Mato Grosso
Há dois anos e meio se dedicando ao cultivo do capiaçu, uma família de produtores de Campo Verde (a 131 km de Cuiabá) começa a ter o retorno do investimento. Todo processo foi acompanhado e orientado com base Unidade de Referência Tecnológica de Leite, via Secretaria de Estado de Agricultura (Seaf), por meio da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural – Empaer-MT, Embrapa de Sinop e Prefeitura de Campo Verde.
A propriedade é referência e com o avanço da área plantada, mudas de capiaçu já foram disponibilizadas para produtores até de outros estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Pará.
Nesse período, o produtor Valdir Argemiro Freitag, vendo a necessidade de ter uma opção de alimento para os animais durante o período de estiagem, foi estimulado pelo filho, também produtor e estudante de Engenharia Agrícola e Ambiental, Fábio Luis Freitag. Tímida e ainda em fase de teste, a produção começou com 1,5 hectares e sem uma orientação técnica e maquinário adequado - toda plantação foi perdida.
Ainda em 2019, Fábio mais uma vez acreditou no capiaçu e junto do pai, investiram em uma área de sete hectares recém-colhido uma produção de milho também usado na silagem. Mas agora, com auxílio do técnico da Empaer em Campo Verde, Kenio Batista Nogueira.
“Nosso desafio é dar opções ao produtor de uma alimentação para o gado de corte e, também, de leite no período de seca. O capiaçu é uma delas que pode fazer diferença no faturamento e lucro da propriedade”, destaca.
Segundo Kenio, a alimentação é um insumo importante na cadeia de produção – representa entre 15% e 25% do custo total de produção da carne e até 70% no leite.
“Por ser uma alternativa considerada de baixo custo, analisamos o perfil do produtor e o tipo de criação. O capiaçu tem se tornado uma boa referência de custo e benefício”.
Para Fábio, a orientação técnica fez toda diferença. Destaca-se que foi realizado o manejo do solo, com a análise enviada ao laboratório e até consulta via aplicativo de mensagem.
“Observei que algumas folhas estavam amareladas, tirei a foto e encaminhei. De resultado, ausência de alguns nutrientes que foram solucionados. Outra dificuldade era identificar o momento exato de corte de acordo com as características das folhas e precisa estar associada à previsão do tempo.”
Para o produtor ter retorno do investimento aplicado teve como diferencial a persistência em acreditar que daria certo associada à orientação técnica. De acordo com Fábio, atualmente a área de capiaçu é de 13 hectares que será ampliada.
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