Painéis do Campo Futuro analisam custos de produção de suinocultura, aquicultura e café
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, nesta semana, painéis virtuais de levantamento de custos de produção de suinocultura e aquicultura, em Toledo (PR); e de café, em Guaxupé (MG).
Realizados em parceria com a Labor Rural, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e com o Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), os eventos fazem parte do Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores.
Participam dos encontros virtuais (medida de segurança para evitar o contágio do coronavírus) representantes das federações estaduais de agricultura e pecuária, sindicatos rurais dos municípios e produtores rurais. Os dados obtidos são preliminares.
Suinocultura – O projeto promoveu dois painéis sobre a atividade com suinocultores de Toledo (PR). O primeiro levantou os custos de produção para uma Unidade de Terminação (UT) com capacidade para 1.200 cevados por lote.
Segundo o representante da Labor Rural que conduziu o levantamento, Rômulo Damascena, o Custo Operacional Efetivo (COE) foi impactado fortemente pelas despesas com mão de obra contratada, que representou 58% dos custos de desembolso da atividade, seguido por despesas com manutenções e combustíveis, com 18% e 10%, respectivamente.
No segundo evento, foram apresentadas informações para uma Unidade Produtora de Desmamados (UPD) com dois galpões de maternidade e capacidade para 850 matrizes.
“De acordo com os dados levantados, o modal produtivo operou com margem líquida positiva, demonstrando que a atividade está sendo capaz de cobrir os custos de desembolso e os com depreciação e o pró labore da mão de obra familiar, o que nos mostra que a atividade é viável no médio/longo prazo, mantendo-se o mesmo nível tecnológico de produção”, afirmou Damascena.
O destaque no COE ficou com a mão de obra contratada, que representa 62% dos custos da atividade, seguido por despesas com manutenções (15%) e energia elétrica (13%).
Aquicultura – No painel realizado em Toledo (PR), o modal da região analisado foi uma propriedade com três hectares de lâmina d’água, e sistema não-integrado.
Conforme a coordenadora de Produção Animal da CNA, Lílian Figueiredo, verificou-se um aumento no preço da tilápia no começo do ano e isso auxiliou bastante para que o produtor tivesse um resultado positivo na atividade. Porém, nos últimos dois meses, o valor vem caindo e a tendência se mantem no inverno, quando o consumo de peixe cai.
“Daqui para frente o produtor vai ter que começar a verificar melhor o seu custo de produção para não entrar em prejuízo, já que o preço da tilápia deve baixar”, reforçou ela.
Café – Na região de Guaxupé (MG), o estudo foi realizado a partir de propriedade de café arábica com oito hectares, produtividade média de 35 sacas/hectare, em sistema semimecanizado e não irrigado.
De acordo com o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, em termos de custos, o maior impacto para o produtor foi o gasto com a mão-de-obra, que representou 43% do COE, seguido pelo gasto com fertilizantes (21%).
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