Greve alfandegária argentina nesta terça-feira deve atingir exportação de grãos
BUENOS AIRES (Reuters) - As exportações de grãos da Argentina devem ser afetadas por uma greve de sete horas da alfândega nesta terça-feira (08), enquanto as autoridades pressionam por acesso prioritário às cobiçadas vacinas da Covid-19, disse o gerente do porto na segunda-feira.
"Parece que vai afetar todas as exportações de todos os portos da Argentina", disse Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias e Marítimas (CAPyM) à Reuters.
Os capitães dos rebocadores também abandonaram o trabalho no mês passado para pressionar o governo a dar-lhes vacinas, enquanto a potência sul-americana de grãos é atingida por uma segunda onda de infecções no auge da safra de soja e milho.
A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de milho e o principal fornecedor de ração para gado à base de soja, usada para engordar suínos e aves, da Europa ao Sudeste Asiático. O país sul-americano também exporta trigo, principalmente para o vizinho Brasil.
"Os funcionários da alfândega precisam estar presentes para as operações de importação e exportação, então esperamos que isso seja resolvido", acrescentou Wade.
Não se esperava que uma paralisação de trabalho tão curta tivesse um grande impacto sobre os embarques da Argentina. Mas os embarques podem ficar paralisados se forem realizadas greves mais longas.
Citando a falta de progresso nas negociações com o governo sobre o acesso às vacinas, o Sindicato Argentino do Pessoal Aduaneiro disse em nota na sexta-feira que a greve acontecerá no meio da jornada de trabalho desta terça-feira.
“Dependendo do resultado, as ações sindicais podem se intensificar depois de terça-feira”, disse a entidade sindical. Um porta-voz da união aduaneira não estava disponível para comentar o assunto na segunda-feira.
As exportações do cinturão de grãos dos Pampas na Argentina são a principal fonte de dólares de exportação necessária para ajudar a financiar os esforços de socorro do governo contra a Covid-19 enquanto o país luta para sair de uma recessão econômica que começou em 2018.
Mais de 81 mil pessoas morreram na Argentina de Covid-19. Citando o recente aumento nos casos e mortes, o sindicato dos trabalhadores de oleaginosas SOEA da Argentina pode se movimentar até quarta-feira.
“Se até 9 de junho nossos colegas não começarem a ser vacinados, a única alternativa que teremos para ser ouvidos será realizar uma ação sindical direta”, disse a SOEA.
(Reportagem de Hugh Bronstein e Maximilian Heath Edição de Marguerita Choy)
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