Pequeno produtor investe em cultivo de alho e colhe doze toneladas em Águas Lindas de Goiás

Publicado em 20/08/2020 16:33
Assistida pelo Governo de Goiás, por meio da Emater, propriedade é uma das 69 que colocam Estado em segundo lugar no ranking nacional de produção do tempero

Acompanhado pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), há cerca de uma década o pequeno produtor Manoel Neto começou a investir em novas culturas em sua propriedade no município de Águas Lindas de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal. Desde o ano passado, o agricultor tem utilizado parte da área para o cultivo de alho e, nesta safra, espera colher aproximadamente 12 toneladas da planta.

De acordo com Manoel, que também é presidente da Associação dos Produtores Rurais de Águas Lindas (Asppral), a atividade tem sido viável, registrando um ótimo custo-benefício. Em 2019, quando experimentou produzir alho pela primeira vez com o intuito de realizar um teste, os resultados foram tão positivos que o fizeram repetir a empreitada. “Depois de me falarem que minha terra era boa para alho, resolvi plantar 180 quilos de semente e colhi 2200 quilos de alho”, recorda. Neste ano, ampliou a produção, cultivando em uma extensão de 1,5 hectare, com expectativa de retirar, durante as próximas semanas, de oito a dez toneladas da planta por hectare.

A Emater, que já está presente na vida do agricultor há alguns anos prestando assistência técnica nos segmentos de bovinocultura de leite, piscicultura e cultivo de milho e mandioca, entra agora em cena para orientá-lo quanto às diretrizes específicas para essa novidade. Segundo o engenheiro agrônomo e técnico local da Agência, Daniel Pereira, já foi realizada visita para acompanhar a colheita e procedimentos como análise e preparo de solo, adubação adequada e formas de plantio apropriadas para melhorar o rendimento da produção.

“Eu propus para o produtor que para a próxima safra nós façamos uma análise de solo bem feita, para calcular a quantidade de calcário que será utilizada no cultivo do alho. Vamos acompanhar o cultivo, a adubação e o manejo”, explica o profissional. Além disso, a Emater está oferecendo assessoria para a elaboração de um projeto para acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para que seja financiada a aquisição de equipamentos como plantadeira, encanteirador e uma carreta agrícola. O objetivo é otimizar os rendimentos e simplificar a mão-de-obra.

Para Daniel, mesmo com a queda no preço, o alho é uma alternativa interessante para a agricultura familiar. “É outra fonte de renda. O agricultor familiar hoje se apega muito ao milho, feijão, criação de galinhas e criação de gado, em bovinocultura de leite ou de corte. Mas o alho não é uma cultura difícil. É preciso apenas se atentar à época certa de plantio, manejo e adubação correta, e sempre procurar o serviço de assistência técnica”, salienta.

“A assistência técnica da Emater é importante porque a gente pode produzir sabendo que não irá ter transtornos na lavoura. Na hora de fazer a análise de solo, por exemplo, o técnico coloca a quantidade exata de nutrientes na terra, para não sobrar, nem faltar, e se tiver pragas, ele orienta sobre como combatê-las”, acrescenta Manoel. O pequeno produtor, que vivencia a lida diária no campo desde os cinco anos de idade, não dispensa a ajuda de um profissional, apesar de sua experiência. “É importante termos o auxílio de um agrônomo, que estudou anos sobre aquilo, mesmo que a assistência não seja tão frequente quanto gostaríamos. Sei que Daniel se desdobra para nos atender o máximo possível, mas são muitos produtores para ele atender, sabemos dessa realidade.”

Goiás é destaque nacional

O Estado de Goiás é o segundo maior produtor de alho do país. A informação consta na Radiografia do Agro, publicada neste ano pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Conforme o levantamento, a produção em terras goianas está em 30.865 toneladas, em uma área plantada de 2.480 hectares. São 69 o número de estabelecimentos produtores, distribuídos em cinco municípios, sendo os três com maior volume produtivo Cristalina, Água Fria de Goiás e Campo Alegre de Goiás. Ainda de acordo com a publicação, as importações de alho goiano movimentaram mais de 225 mil dólares em 2019.

Base de tempero para muitos alimentos consumidos diariamente, o mercado para o alho é garantido. O agricultor familiar Manoel Neto já comercializou metade do volume obtido antes mesmo de finalizar a colheita. A primeira parte foi vendida in natura, a R$ 7 o quilo, para Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Já na segunda remessa o produtor pretende, com o auxílio da Emater, obter acesso aos programas públicos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Com comércio certo, o alho é uma cultura lucrativa, principalmente para aqueles que tiverem mercado comprador assegurado na região. A planta se adapta a diferentes condições climáticas, dispondo de variedades para cultivo em diferentes regiões do Brasil. O custo de produção é baixo e o alho pode ser plantado em áreas pequenas, como sítios, chácaras, hortas comunitárias e até fundo de quintal, o que o torna uma alternativa acessível para agricultores de pequeno e médio porte.

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Fonte:
Emater Goiás

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