Petróleo dispara mais de 20% e puxa commodities agrícolas; Brasil segue favorecido pelo dólar
Os preços do petróleo sobem mais de 20% nesta quinta-feira (2) e dispararam depois do presidente americano Donald Trump afirmar que Rússia e Arábia Saudita podem voltar a negociar e botar fim nesta guerra de preços iniciada nas últimas semanas. Ainda segudno Trump, os dois países irão reduzir sua produção em cerca de 10 milhões de barris de forma a contribuir para uma recuperação dos preços, que baterm nas mínimas em quase 20 anos esta semana.
Em sua conta no Twitter, Trump afirmou que conversou com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que se comunicou com o presidente russo Vladimir Putin e que ambos concordaram em esfriar o conflito para o bem do mercado.
“Acabei de falar com meu amigo MBS (príncipe herdeiro) da Arábia Saudita, que falou com o presidente Putin da Rússia, e eu espero que eles cortem aproximadamente 10 milhões de barris, talvez muito mais, o que, se acontecer, seria ÓTIMO para a indústria de petróleo e gás! ”, disse o presidente americano na rede social.
O tweet de Trump, porém, não especificou como o corte de produção será feito. Além disso, segundo informou a agência de notícias Bloomberg, um porta-voz de Putin teria dito que o príncipe não falou com o presidente russo. A agência diz ainda que a Arábia Saudita não teria confirmado o corte na produção, mas sim pedido uma "reunião urgente" da OPEP + (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e mais a Rússia.
"Qualquer restrição estará condicionada a que todos os principais produtores de petróleo também concordem em reduzir a produção", disse uma fonte da OPEP + à Bloomberg sob a condição de anonimato.
A Casa Branca não comentou os tweets do presidente americano. Na sequência de sua divulgação, porém, os preços do petróleo chegaram a subir até 35%.
As informações, embora ainda desencontradas em alguns pontos, deram espaço a mais confiança no mercado diminuíram a aversão ao risco e a disparada do petróleo puxa quase todas as commodities agrícolas para uma recuperação importante depois das perdas intensas do dia anterior, quando todos os mercados registraram severas perdas.
Os futuros do algodão, que chegaram a bater em suas mínimas em 12 anos na Bolsa de Nova York, hoje sobem mais de 4% - com ganhos que já foram maiores - levando as primeiras posições a retomar o patamar dos 50 cents por libra-peso. Ainda na Bolsa de Nova York, o café e o açúcar tinham ganhos de mais de 2%.
>> Bloqueio nas entregas de café no Vietnã dão suporte nos contratos futuros em NY
MILHO
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho operam de forma bastante tímida, já que nesta guerra das energias é uma das commodities que mais sente, em função de ser matéria-prima para a proodução de etanol nos EUA. E somente nesta quarta-feira (1), cerca de 30 plantas processadoras de milho para o combustível foram temporariamente fechadas nos EUA.
Por volta de 13h55 (horário de Brasília), as cotações do cereal subiam pouco mais de 1 ponto entre os contratos mais negociados, levando o maio a US$ 3,36 por bushel.
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SOJA
Para a soja, o dia é de volatilidade e os futuros da oleaginosa já testaram os dois lados da tabela ao longo desta sessão. Às 14h, o mercado trabalhava com ligeiras perdas, variando de 0,25 a 0,50 ponto, com o maio cotado a US$ 8,62, o julho a US$ 8,66 e o agosto, US$ 8,68.
Os preços testam um leve recuperação, mas continua sentindo a pressão trazida pelos desdobramentos da pandemia do coronavírus. E assim, seus próprios fundamentos continuam atuando sem protagonismo neste momento.
"A recessão esperada para o resto de 2020 preocupa. O único alento para o mercado é que a China já está voltando a funcionar e vários países estão tentando formar estoques estratégicos. O mercado internacional portanto precisa de confirmações de negócios e/ou sinais claros de vacina ou remédio eficiente contra esse Coronavírus para se acalmar", explica Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar e da AgroCulte.
No Brasil, o dólar continua sendo o fiel da balança. Renovando suas máximas históricas, "a deterioração constante da moeda brasileira segue oferecendo suporte aos preços que estão tambem em níveis historicamente altos em reais", completa Cachia.
Renovando todas as suas máximas até aqui, a moeda americana tinha alta de 0,38% e era negociada a R$ 5,28. E assim, os preços para a soja brasileira permanecem em patamares historicamente elevados, superando os R$ 100,00 por saca, se aproximando, em referência e determinados portos, dos R$ 110,00.
Preços do petróleo têm maior alta diária da história após comentários de Trump
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo registraram nesta quinta-feira os maiores ganhos diários da história, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que espera que Rússia e Arábia Saudita anunciem um grande corte de produção, e de a imprensa estatal saudita noticiar que o reino convocou uma reunião emergencial de produtores para lidar com o atual cenário do mercado.
Trump disse que conversou com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e que espera que Arábia Saudita e Rússia cortem produção em até 10 milhões ou 15 milhões de barris, uma vez que ambos os países deram sinais de que estão dispostos a chegar a um acordo.
Trump não especificou se os números são representados em barris por dia (bpd), embora o mercado expresse oferta e demanda dessa forma. Um acordo desse tamanho, no entanto, necessitaria da participação de outros grandes produtores de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A Arábia Saudita, enquanto isso, anunciou que vai convocar uma reunião de emergência da Opep, segundo a mídia estatal do país. O Wall Street Journal, na sequência, reportou que o reino consideraria reduzir sua produção para 9 milhões de bpd, ou cerca de 3 milhões de bpd a menos do que planejava bombear em abril.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 5,20 dólares, ou 21%, a 29,94 dólares por barril, enquanto o petróleo dos EUA avançou 5,01 dólares, ou 24,7%, a 25,32 dólares o barril.
"A questão acaba sendo se eles conseguirão concordar em algo. Foram algumas semanas de Brent a 25 dólares e WTI a 20 dólares, e parece que agora os russos estão mais propensos à abordagem do que há um mês", disse Gene McGillian, vice-presidentem de Pesquisa de Mercado da Tradition Energy em Stamford, Connecticut.
Petróleo ficará baixo por coronavírus e não por disputas na Opep+, diz CEO da Petrobras
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços globais do petróleo ficarão baixos pela queda acentuada da demanda decorrente da crise do coronavírus, e não por disputas entre a Arábia Saudita e a Rússia no âmbito da chamada Opep+, disse nesta quinta-feira o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
O executivo opinou ainda que a crise atual mostrará que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não tem mais a mesma relevância na determinação de preços da commodity.
Nesta quinta-feira, contudo, os preços do petróleo registraram os maiores ganhos diários da história, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que espera que Rússia e Arábia Saudita anunciem um grande corte de produção, e de a imprensa estatal saudita noticiar que o reino convocou uma reunião emergencial de produtores para lidar com o atual cenário do mercado.
Castello Branco citou projeções de queda de demanda ao argumentar sobre o assunto, durante webinar realizado pela XP Investimentos.
A demanda global por petróleo pode cair em 20%, à medida que 3 bilhões de pessoas estão sob isolamento devido à pandemia, segundo avaliação da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
O executivo disse ainda que a anunciada redução na produção de petróleo da Petrobras nesta semana se deu porque, de outra forma, a empresa teria problemas de formação de estoques em um ambiente de consumo menor.
Segundo ele, se a empresa não reduzisse a produção em um ambiente de incertezas, teria de passar a armazenar o produto até mesmo em navios.
Na véspera, diante dos desafios impostos pela crise do coronavírus, a Petrobras anunciou que a produção de petróleo da estatal passará a sofrer cortes de 200 mil barris diários, em volume que incluiu uma redução anunciada em 26 de março, de 100 mil barris por dia, antes prevista para durar até o final do mês.
Ainda em função da crise, Castello Branco reiterou que a estatal está operando com menor taxa de utilização das refinarias, diante da queda do consumo de derivados de petróleo, e que isso resultará em uma leve redução da produção de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, ou gás de cozinha), cujos compras explodiram recentemente diante de temores de escassez.
Em relação a isso, ele tranquilizou a população, lembrando que a Petrobras está importando o produto.
O executivo afirmou também que a estatal viu queda de cerca de 60% na demanda por gasolina no mercado interno e uma redução profunda no consumo de querosene de aviação.
Acrescentou que o Brasil tem escoado uma grande safra, o que tem garantido vendas de diesel, que ajudam a compensar em parte o recuo na demanda por outros combustíveis.
No lado externo, ele disse que a China voltou a comprar com mais intensidade petróleo da estatal, na medida em que o país asíatico está retomando atividades após a crise do coronavírus.
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