Bunge registra prejuízo de US$ 51 milhões no 4º trimestre
São Paulo, 12 - A companhia norte-americana Bunge registrou prejuízo de US$ 51 milhões (perda de US$ 0,48 por ação) no quarto trimestre de 2019, informou a empresa nesta quarta-feira, 12. Apesar do desempenho negativo, a empresa conseguiu diminuir em 21% as perdas na comparação com o prejuízo de US$ 65 milhões (perda de US$ 0,52 por ação) de igual período do ano anterior. Já o lucro líquido ajustado foi de US$ 1,27 por ação, ante US$ 0,08 por ação obtido em igual intervalo de 2018, alta de 1.487%.
O lucro antes de juros e impostos (Ebit) foi de US$ 44 milhões no intervalo avaliado, ante US$ 70 milhões em igual período do ano anterior. A receita recuou 6,5%, de US$ 11,54 bilhões para US$ 10,78 bilhões.
Analistas consultados pela FactSet esperavam lucro líquido ajustado de US$ 0,28 por ação e receita de US$ 11,51 bilhões.
Este é o quarto trimestre seguido de queda na receita da companhia de alimentos. Assim como outras empresas do setor, o desempenho da Bunge reflete o cenário instável do mercado de commodities agrícolas do ano que passou, em virtude dos impasses comerciais entre Estados Unidos e China e da quebra na safra de grãos norte-americana referente ao ciclo 2019/20.
O segmento de agronegócio foi responsável pelo montante de US$ 7,41 bilhões em vendas líquidas, no quarto trimestre, queda de 8,6%, ante o faturamento de US$ 8,11 bilhões reportado em igual período do ano anterior. Em volume, as vendas do setor também recuaram de 35,4 milhões para 34,9 milhões de toneladas, variação negativa de 1,2%. O Ebit ajustado do setor saiu de US$ 33 milhões no quarto trimestre de 2018 para US$ 156 milhões em igual intervalo de 2019.
Segundo a companhia, o desempenho da companhia na América do Sul contribuiu para minimizar as perdas do setor de agronegócios, impulsionando o resultado geral da divisão de grãos, com produtores brasileiros e argentinos acelerando a comercialização da safra. A empresa afirmou que o processamento de soja sul-americana ajudou a compensar o menor volume de esmagamento nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.
A divisão de Açúcar e Energia reportou vendas de US$ 338 milhões, recuo de 30% ante os US$ 483 milhões reportados em igual intervalo do ano anterior. Em volume, as vendas do setor caíram 28%, de 1,54 milhão de toneladas para 1,11 milhão de toneladas. O Ebit do segmento passou de prejuízo de US$ 48 milhões para também prejuízo de US$ 34 milhões. A melhora no desempenho do setor no trimestre é atribuída pela empresa a melhores rendimentos agrícolas, além de preços mais altos do etanol.
Para o ano fiscal de 2020, a companhia disse que espera que o lucro líquido por ação fique em linha com o obtido em 2019, excluindo itens como ganho em sua participação na Beyond Meat e o benefício de depreciação no segmento de açúcar e bioenergia.
No segmento de agronegócio, a Bunge considera que os resultados devem cair em relação ao ano passado, alegando que o acordo comercial entre Estados Unidos e China e o tamanho das safras serão determinantes para as rentabilidades de origem, processamento e distribuição.
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