Puxado por pecuária, PIB do agro brasileiro avança 0,53% no 1º semestre, diz Cepea

Publicado em 19/09/2019 16:10

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SÃO PAULO (Reuters) - O PIB do agronegócio brasileiro avançou 0,53% no primeiro semestre de 2019 em comparação anual, impulsionado especialmente pelos resultados da pecuária, informou nesta quinta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que realiza o estudo em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O setor de carne do Brasil foi estimulado em 2019 em parte pelo surto de peste suína africana na China, que contribuiu para o avanço dos preços e elevou a procura chinesa por proteínas provenientes de outros países. [nL2N25H0KF]

"O principal impulso à renda do ramo pecuário tem sido o aumento dos preços, que, por sua vez, reflete sobretudo a demanda internacional mais aquecida pelos produtos pecuários brasileiros", disse o órgão da Esalq/USP em comunicado.

Ao lado dos avanços em insumos (+7,26%), agroindústria (+1,26%) e serviços (+0,65%), os ganhos agropecuários compensaram uma queda de 2,04% acumulada pelo setor primário no período, pressionado pelo recuo de 7,71% do ramo agrícola.

"A redução no segmento primário da agricultura decorre de preços em queda combinados a maiores custos de produção, o que tem pressionado a renda", disseram os pesquisadores do Cepea.

O resultado positivo nos seis primeiros meses de 2019 também ofusca a baixa de 0,8% registrada pelo PIB do agronegócio em junho, ainda segundo dados do Cepea.

Recuou em junho mas aumentou no acumulado do semestre. Veja os detalhes no relatório do Cepea:

O PIB do Agronegócio brasileiro recuou 0,8% em junho de 2019, de acordo com cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz)*. 

No acumulado do primeiro semestre de 2019, no entanto, o resultado manteve-se positivo, com crescimento de 0,53%. Segundo pesquisadores do Cepea, essa elevação na primeira metade do ano esteve atrelada aos resultados do ramo pecuário, que obteve crescimentos importantes no segmento primário e nos elos industriais (antes e depois da “porteira”) e, como reflexo, nos agrosserviços. O principal impulso à renda do ramo pecuário tem sido o aumento dos preços, que, por sua vez, reflete sobretudo a demanda internacional mais aquecida pelos produtos pecuários brasileiros.

INSUMOS – O segmento de insumos segue se destacando, tendo em vista que encerrou o primeiro semestre registrando expressiva alta de 7,26%. Pesquisadores do Cepea destacam que esse resultado se deve aos crescimentos observados nos ramos agrícola (de expressivos 9,08%) e pecuário (de 3,32%), que, por sua vez, têm sido influenciados positivamente ao longo de 2019 sobretudo pelos bons resultados nas indústrias de fertilizantes e defensivos.

PRIMÁRIO – Diferentemente dos demais segmentos, o primário foi o único que apresentou decréscimo no acumulado parcial do ano, de 2,04%. De acordo com pesquisadores do Cepea, essa retração está relacionada ao ramo agrícola, que apresenta queda de 7,71% no acumulado do semestre, tendo em vista que o pecuário, favorecido por maiores preços e produção, avançou 10%. A redução no segmento primário da agricultura decorre de preços em queda combinados a maiores custos de produção, o que tem pressionado a renda.

AGROINDÚSTRIA – No acumulado do primeiro semestre, tanto a agroindústria agrícola quanto a pecuária mantiveram crescimentos, devido aos maiores preços e produção. Diante disso, o segmento agroindustrial como um todo apresentou alta de 1,26% na primeira metade do ano.

SERVIÇOS – O resultado positivo observado para o segmento de serviços no primeiro semestre, de 0,65%, se deve especialmente ao efeito do bom ritmo de exportações brasileiras sobre os preços pecuários e sobre a demanda por serviços necessários para que esses embarques ocorram.

NÚMERO DE TRABALHADORES NO AGRONEGÓCIO CRESCEU NO SEGUNDO TRIMESTRE

O número de pessoas ocupadas (PO) no agronegócio brasileiro somou 18,37 milhões no segundo trimestre deste ano, 1,64% a mais que no trimestre anterior, de acordo com pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz)*. 

Considerando-se o contingente de ocupados no País como um todo, o crescimento nesse mesmo período foi semelhante, de 1,61%. Dessa forma, a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro foi de 19,68% no segundo trimestre de 2019, praticamente a mesma taxa verificada no trimestre anterior. 

A sustentação no número de pessoas ocupadas no agronegócio no segundo trimestre de 2019 em relação aos três meses anteriores está atrelada aos crescimentos nas populações atuantes nos segmentos de insumos, primário e agroindústria, de 2,65%, 2,48% e 2,00%, respectivamente. Dentro do segmento de insumos, especificamente, a maior elevação em termos de ocupações foi verificada nas atividades de produção de fertilizantes e defensivos (13,07%).

PERFIL – Pesquisadores do Cepea indicam que seguem sendo observados movimentos de aumento no nível de informalidade dos empregos, de melhora no nível médio de qualificação da população ocupada e também de elevação na participação feminina no setor. 

Quanto ao perfil dos ocupados em relação às posições e categorias de emprego, na comparação entre o segundo trimestre de 2019 e o mesmo período de 2018, foram observados crescimentos nos números de trabalhadores atuando por conta própria (5,19%) e de empregados sem carteira de trabalho assinada (1,66%). Considerando-se o mercado de trabalho total do Brasil, entre o primeiro e o segundo trimestre, o número de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou 0,9% e o de empregos sem carteira, 3,38%.

BOI: INDICADOR SOBE E ATINGE RECORDE NOMINAL NA SÉRIE DO CEPEA

Na terça-feira, 17, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 fechou em R$ 160,40, o maior valor diário, em termos nominais, da série divulgada pelo Cepea, iniciada em 1994. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização do animal está atrelada ao bom ritmo das exportações, que tem elevado a demanda de frigoríficos por novos lotes. Além disso, a oferta de animais prontos para abate está relativamente baixa, impulsionando as cotações da arroba.

Apesar do recorde nominal registrado na terça-feira, em termos reais (considerando-se os efeitos da inflação), o fechamento diário atual ainda é bastante inferior à média mensal de abril de 2015, de R$ 189,89 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).

Já nessa quarta, 18, o Indicador recuou, fechando a R$ 157,90, estável frente à quarta anterior, 11.

Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

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Fonte:
Reuters/Cepea

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1 comentário

  • Namir Bertuol Londrina - PR

    Enquanto o pib sobe, os pecuaristas quebram. E os frigoríficos ganham como nunca ganharam neste país. Vergonha...

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