Com mercado aquecido, indústria de biológicos cresce de 10 a 15% ao ano
“Estamos vivendo um novo momento. O controle biológico deixou de ser agricultura alternativa. Evoluiu em conceitos e abordagens e está cada vez mais integrado às estratégias de gestão produtiva. Isso demanda cada vez mais profissionalização na área”.
A avaliação é do pesquisador e professor da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq/USP), José Roberto Postali Parra, que apresentou a conferência de abertura do 16º Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), em Londrina, PR.
De acordo com o professor, o conceito de controle biológico se ampliou nos últimos anos. Não se trata apenas de controlar um inseto como ocorria nos primeiros anos. O conceito hoje também abrange outras abordagens de manejo, com os biofertilizantes, bioestimulantes e bioagentes.
-- “É um mercado que está aumentando na ordem de 10 a 15% ao ano no mundo”, destaca.
O controle biológico passa a integrar uma estratégia que reduz a pressão no ambiente, ampliando inimigos naturais em regiões com forte presença de hospedeiros da praga.
-- "O controle biológico não resolve nada isoladamente. É um componente das estratégias que compõem o Manejo Integrado de Praga”, explica.
De acordo com Parra, a agregação de conhecimentos de outras áreas, além da biológica, está permitindo uma revolução no segmento. Anteriormente, por exemplo, a liberação de insetos era feita em pequenas quantidades e as populações de inimigos naturais aumentavam lentamente. As culturas agrícolas tinham que ser perenes ou semi-perenes.
Hoje, o volume de produção de insetos produzidos nas biofábricas, associado às novas tecnologias de liberação, como uso de drones e técnicas de georeferenciamento, permite uma ação muito mais rápida, precisa e com resultados reais. “A tecnologia permite adotar o que chamamos de New Aproach, ou seja, novas abordagens, como o caso do manejo externo à lavoura”, explica o pesquisador. O caso do greening do Citrus é um exemplo de como o manejo externo pode contribuir decisivamente para produção com sustentabilidade.
O mundo está olhando para o potencial de inovação dos biológicos. “A China, por exemplo, anunciou investimentos da ordem de US$ 340 milhões em produtos biológicos”, aponta. No Brasil, os investimentos também estão crescendo, com projetos financiados pela Embrapii e pela Fundação Fapesp junto às empresas privadas, assim como maior incentivo às startups. Além disso, a associação do conhecimento agronômico e biológico com as novas tecnologias habilitadoras da agricultura 4.0 devem propiciar avanços rápidos.
Ainda falta conhecimento sobre o que são os produtos biológicos e como usá-los
Durante o Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), que está sendo realizado de 11 a 15 de agosto, em Londrina (PR) a diretora de pesquisa da empresa australiana AgBitech, Paula Marçon, disse que os produtores ainda tem desconhecimento sobre os benefícios e as vantagens dos insumos biológicos. Paula apresentou dados de pesquisa de opinião, realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio,) em que 79% dos produtores brasileiros dizem não ter intenção de usar ou ter dúvidas quanto à utilização de produtos biológicos. “Existe falta de conhecimento sobre o que são os produtos biológicos e como usá-los”, reforça.
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