China responde aos EUA e suspende compras de produtos agrícolas norte-americanos
A China suspendeu as compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos diante do aquecimento das tensões entre os dois países, informou nesta segunda-feira (5) a agência de notícias Bloomberg. O governo chinês pediu às estatais que que interrompam suas aquisições de produtos agrícolas dos EUA. Mais do que isso, as esmagadoras de soja do país que foram isentas da tarifação sobre a oleaginosa dos EUA também pararam suas compras diante das incertezas sobre o futuro do conflito.
O movimento chega junto do que parece ser o início de uma guerra agora também cambial, com a nação asiática resolvendo responder ao último movimento de Donald Trump de forma diferente dessa vez. Pela primeira vez em mais de dez anos, permitiu que o yuan rompesse a marca de 7 por dólar, registrando seu mais baixo patamar neste intervalo. O movimento, segundo explicam especialistas, intensifica a guerra comercial e mais do que isso responde à última acusação do presidente norte-americano de "manipulação da moeda" pela nação asiática.
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Para o analista sênior da INTL FCStone, Darin Friederichs, em entrevista à agência internacional, "as grandes compras agrícolas norte-americanas são a maior alavancagem" que a China possui agora, sendo essa sua principal carta. Afinal, "isso afeta diretamente o setor agrícola norte-americano ainda mais, que é uma das principais bases eleitorais de Donald Trump. Se eles reagirem antes da eleição, essa é maneira mais óbvia de retaliação", diz.
O Ministério do Comércio da China ainda não se posicionou oficialmente sobre as suspensões e, de acordo com a Bloomberg, ainda não respondeu a seus questionamentos.
De outro lado, Trump se queixa dizendo que a nação asiática não teria cumprido com a promessa feita de comprar "grandes quantidades" de produtos do agro americano como se comprometeu na última vez em que se reuniram na cúpula do G20 em Osaka, no Japão, no fim de junho. Representantes de Pequim rebatem as acusações afirmando que bons volumes foram adquiridos no mercado dos EUA. Mais do que isso, explicou ainda que muitos negócios não foram concluídos por preços não competitivos.
Segundo o secretário-geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da CHina, Cong Liang, em entrevista à emissora estatal CCTV nesta segunda-feira citou compras, entre 19 de julho e 2 de agosto, de 120 mil toneladas de sorgo; 130 mil t de soja; 60 mil t de trigo; 40 mil t de carne suína e derivados; 25 mil t de algodão; 75 mil t de feno; 5,7 mil t de laticínios; 4,5 mil t de frutas processadas e 400 toneladas de frutas frescas.
ENQUANTO ISSO, NO BRASIL
Ainda segundo fontes familiarizadas com o assunto, a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos itensificou também a busca dos chineses por soja do Brasil. E o movimento já começou na semana passada, desde que Trump declarou a nova rodada de tarifações de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos do país asiático.
Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a China comprou mais de 500 mil toneladas de soja brasileira e permitiu bons avanços dos preços no mercado nacional. No início dos negócios desta segunda, alguns indicativos na casa dos R$ 81,00 por saca já começam a aparecer, mas sem muitos volumes ainda sendo comercializados.
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