Aproximação entre Brasil e EUA é oportunidade para o agronegócio, diz Aragão
A visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos Estados Unidos representa uma imensa oportunidade para o relançamento das relações bilaterais entre os dois países. Sobretudo para que novos esforços de ampliação do mercado norte-americano para produtos brasileiros sejam tentados.
Nos últimos 10 anos, o Brasil tem carregado um deficit de mais de US$ 90 bilhões com os Estados Unidos, sem uma reação adequada por parte dos nossos governos anteriores. Em que pese termos uma relação bilateral profícua, a presença de produtos brasileiros naquele país está muito aquém do real potencial.
Um dos campos mais importantes para a expansão de nossas exportações é o agronegócio. Mesmo considerando que os Estados Unidos são um produtor de alimentos importante no mundo, podemos participar do seu mercado em condições de competitividade. Desde que o Brasil tenha as justas e devidas oportunidades em seu mercado.
Atualmente, o setor do agronegócio com maior valor de exportação do Brasil para os Estados Unidos é o de produtos florestais. A cadeia é responsável por quase 40% do total exportado para o país em produtos do agronegócio, alcançando a marca de US$ 2,8 bilhões.
Os principais produtos desse grupo são a celulose e as madeiras de coníferas, que registram valores de importação por parte do país norte-americano de US$ 1,1 bilhão e US$ 354 milhões, respectivamente.
Outro setor relevante na pauta exportadora brasileira para os Estados Unidos é o cafeeiro, majoritariamente vendido em grão ainda não torrado, produto com baixo valor agregado responsável por US$ 1 bilhão em exportações. Esses setores são seguidos pelo complexo sucroalcooleiro e pelo de sucos, os quais compõem a pauta exportadora com 10,7% e 5,6%, respectivamente.
No entanto, podemos crescer nossa participação no mercado norte-americano com a venda de frutas, carnes e pescado. Também podemos aumentar a venda de café moído de alta qualidade. Necessitamos, porém, de acordos comerciais que, infelizmente, tardam a ser negociados. Temos ainda de superar barreiras não tarifárias, de natureza burocrática, regulatória e sanitária.
Dois campos de atuação comum entre os dois países devem ser considerados. Um deles é a cooperação em biotecnologia entre Brasil e Estados Unidos, que deve ser priorizada em duas frentes:
- a defesa da ciência como princípio para produção e para o comércio agrícola global em fóruns de destaque internacional;
- a transparência nos processos de aprovação nos mercados de interesse para os dois países, em especial a China e a União Europeia, com a defesa da sincronia dos processos (aprovar nos mercados de destino quando aprovado no mercado produtor).
Brasil e Estados Unidos podem unir forças para ampliar o conhecimento da sociedade a respeito dos benefícios da biotecnologia para a segurança alimentar.
O outro campo de interesse seria uma atuação conjunta do Brasil e dos Estados Unidos para abrir na China o mercado do etanol para ambos os países. Portanto, o aprofundamento das relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos depende de avanços concretos que representem maior acesso de produtos brasileiros ao mercado norte-americano.
De nossa parte, estamos reduzindo as tarifas de importação para o trigo norte-americano. É um gesto positivo que deve ser acompanhado por iniciativas norte-americanas.
E nós, pelo nosso lado, temos de ser mais assertivos ao divulgarmos nossos produtos e serviços naquele mercado. O Brasil, apesar da relação estratégica com os Estados Unidos nos campos financeiro e empresarial, é invisível em Washington, como disse o ex-embaixador norte-americano no Brasil Roger Noriega. Precisamos deixar de ser.
Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos EUA, Donald Trump, em pronunciamento na Casa Branca
2 comentários
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carlo meloni sao paulo - SP
Se a China e a Uniao Europeia tem tratados comerciais especiais a ideia nao e' errada---De imediato o que daria muito dinheiro seria o corte sustentavel de madeira, que inclusive beneficia o meio ambiente----Resta saber se o Ministro Salles consegue destravar e simplificar os processos de tramitaçao----Ninguem no mundo tem o potencial do Brasil neste segmento---Todo mundo deve tirar madeira de forma rapida sem complicaçoes burocraticas da Reserva Legal
Arlindo Pontremolez Varalta Ibirarema - SP
Excelente iniciativa do Capitao!!
Quer ser grande e pujante?? junte-se com os grandes e pujantes !! Quer seguir sendo mediocre, junte-SE com Cuba, Bolivia, Ecuador etc etc. Diga-me com quem andas e direi que eres!! Forca Capitao !!! Nao temas a midia corrupta e mediocre !! BRasil acima de tudo e Deus acima de Todos!!Boas colocações Arlindo ... diga com quem andas e direis quem és!