CNA levanta custos de produção de grãos no Paraná
Técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) concluíram nesta quinta (19) os painéis do Projeto Campo Futuro no Paraná para levantar dados de custos de produção de soja, milho, feijão e trigo.
Produtores, representantes de sindicatos rurais, cooperativas e técnicos de assistência e extensão rural participaram do levantamento das informações desde segunda (16) nos municípios de Castro, Guarapuava, Cascavel e Londrina.
De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, foi constatado nas quatro regiões que a irregularidade climática prejudicou o desenvolvimento da safra verão e da segunda safra. Os maiores problemas ocorreram com a cultura do feijão, por causa da seca e da queda de produtividade e os grãos foram comercializados por preços baixos.
Já as lavouras de soja foram afetadas pelo veranico ocorrido em meados de novembro, janeiro e fevereiro e por excesso de chuvas em meados de dezembro. Esses problemas climáticos reduziram o potencial produtivo da oleaginosa e favoreceram a infestação de pragas e doenças. Nas regiões mais ao oeste, houve maior pressão de doenças e os produtores tiveram que realizar aplicações extras de fungicidas.
“Dados preliminares indicam uma queda de produtividade de até 15% em algumas regiões. Entretanto, os preços de comercialização ficaram superiores aos da safra passada e isso contribuiu para que a receita do produtor com a soja ficasse próxima à safra passada”, afirma Alan Malinski.
O feijão na região de Castro e Guarapuava teve queda de preço e produtividade, devido a problemas climáticos durante o desenvolvimento da safra. Dessa forma, a receita com a produção de feijão teve uma queda considerável na comparação com a safra passada.
Para o milho safrinha, a estiagem ocorrida em meados de abril e maio diminuiu o potencial produtivo das lavouras do Oeste e Norte do estado. No entanto, a valorização do cereal contribuiu para melhorar a receita do produtor rural.
Os custos de produção tiveram aumentos em relação à safra passada. Houve alta nos preços de defensivos e fertilizantes em praticamente todas as regiões. A mão de obra foi outro item que teve aumento da planilha do produtor. Assim, relata Malinski, é possível afirmar que a rentabilidade do produtor do estado ficou inferior à da safra anterior.
Para a próxima safra, os fertilizantes estão sendo negociados com aumento de até R$ 300 por toneladas e as entregas já estão atrasadas principalmente na região oeste do estado. Isso tem preocupado os produtores, pois nessa região o plantio começa na segunda quinzena de setembro.
A colheita do milho safrinha está em andamento e dever aumentar o ritmo nos próximos dias. Como as lavouras estão muito irregulares, não se descarta que sejam realizados novos ajustes na produtividade do cereal.
Na próxima semana, técnicos do Campo Futuro estarão nas cidades de Cristalina, Mineiros e Rio Verde, no estado e Goiás, e nos municípios de Paragominas (PA), Balsa (MA) e Uruçuí (PI). Até setembro o projeto será realizado em Mato Grosso, Bahia, Sergipe e Amapá.
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