Produtores baianos de algodão apoiam desburocratização na regulamentação de defensivos agrícolas no Brasil

Publicado em 27/06/2018 10:38
Eles acompanharam aprovação de parecer nesta segunda-feira (25) em uma comissão especial antes do projeto de lei passar pelo plenário da Câmara dos Deputados.

A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) acompanhou nesta segunda-feira (25) a aprovação de parecer do Projeto de Lei 6299/02, em uma comissão especial da Câmara dos Deputados, que moderniza a legislação que regula a aprovação e uso dos defensivos agrícolas para a produção de alimentos no Brasil. Na oportunidade, os representantes da entidade também se aprofundaram no texto do projeto por meio do diálogo com o relator, deputado Luiz Nishimori (PR/PR) e deputado Professor Victorio Galli (PSL/MT), e garantiram que a sociedade só terá a ganhar com uma lei que manterá o rigor técnico na liberação dos produtos e o uso de tecnologia mais eficiente no combate a pragas e com menos impacto na saúde e no meio ambiente. O parecer foi aprovado por 18 votos favoráveis e 9 contrários na comissão especial e projeto ainda passará para a aprovação do plenário da Câmara e depois no Senado.

Para o diretor da Abapa, o agricultor Paulo Schmidt, está claro, para quem teve acesso a proposta, que a atual legislação, que vai completar 30 anos, já não acompanha o desenvolvimento técnico e as demandas do setor agrícola e da sociedade. “Além da questão da nomenclatura, que atribui uma carga pejorativa aos produtos, chamados na lei de agrotóxicos, temos também uma demora de quase uma década entre a elaboração e aprovação para o uso pelos agricultores no campo. Quando temos a autorização, já existem outros produtos no mercado mais eficientes e com menor risco ao meio ambiente, mas que não podem ser utilizados no Brasil pela burocracia na aprovação”, explica.

De acordo com o texto base, caso seja aprovado no Congresso, os agroquímicos receberão registro desde que possuam especificações idênticas em pelo menos três dos 37 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), há 36 defensivos pendentes de aprovação no Brasil, sendo que 28 deles já receberam o registro em países como Estados Unidos, Japão, Austrália e Argentina. Enquanto nesses locais o tempo médio para uma análise leva de dois a três anos, no Brasil o processo demanda em torno de oito, ainda segundo a Andef.

Atualmente o controle é feito por três órgãos (Ministério da Saúde, Ibama e Ministério da Agricultura), sendo todo o processo manual, tramitando em paralelo e sem diálogo. Já o texto do projeto de lei unifica o processo, que fica sob comando do Ministério da Agricultura, mas com pareceres técnicos dos três órgãos sobre os produtos, com prazos definidos para a execução de cada atividade, com aprovação em no máximo dois anos. Em relação ao parecer sobre o uso pelo produtor deve ser liberado em dois anos, o que atualmente leva oito.

O presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, defende a desburocratização do processo com a aprovação da nova lei e que a maioria das críticas se dá pelo desconhecimento do projeto e da realidade da produção agrícola brasileira, hoje umas das mais tecnificadas do mundo. “Existe o cumprimento de todas as regras rígidas de segurança para transporte, acondicionamento e recolhimento das embalagens, além do uso de equipamentos modernos e seguros que substituíram a mão de obra durante a rotina de pulverização. A tecnologia hoje atribuída dos defensivos também reduz os impactos no ambiente e incrementa a produtividade das lavouras. Como são produtos caros, não há um uso indiscriminado destes produtos no campo. Existe um trabalho da área de fitossanitário para prevenir a proliferação de pragas reduzindo significativamente a quantidade de aplicações, principalmente no caso do bicudo no algodão e da ferrugem da soja”, defende.

No dia 19, quando a proposta foi colocada na pauta o novo substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 6299/02, também integraram a comitiva os diretores da Abapa, Marcelo Kappes e Denilson Roberti, os produtores associados, Otacílio Grupo Zancanaro, Rubem Branquinho e Patrícia Morinaga, além do diretor-executivo da entidade, Lidervan Morais. Ao ser votado no Congresso o Projeto de Lei 6299/02, será revogada a Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/89), substituindo o nome agrotóxico por pesticidas, nomenclatura também utilizada nos demais países; e criação da Política Nacional de Apoio ao Agrotóxico Natural.

Abapa

Abapa

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Abapa

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário