Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento em supermercados e paralisa produção de frigoríficos
A greve dos caminhoneiros, que entrou em seu 4º dia nesta quinta-feira (24), causa problemas de abastecimento e impactos na produção. Veja abaixo os principais setores impactados:
Abras destaca preocupação com abastecimento de produtos perecíveis
Os supermercados possuem um estoque médio de produtos não perecíveis, e por enquanto, com relação a esses produtos ainda não estamos com problemas. A preocupação, no momento, está mais nos produtos perecíveis. já recebemos informações dos seguintes estados sobre problemas no abastecimento devido à greve: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Tocantins, Santa Catarina, Paraná, e São Paulo. Mas ainda poderemos receber mais informações de outros.
Em relação aos preços, a ABRAS está buscando sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente. Evitando, assim, que a população sofra com uma eventual elevação nos preços.
Por enquanto, ainda não temos expectativas de perdas e prejuízos. Pelas nossas últimas informações, sabemos que governo federal irá se reunir hoje à tarde com os representantes dos caminhoneiros, e estamos aguardando os resultados desse encontro.
Foto de supermercado em Canoas (RS)
Foto de supermercado em São Paulo (SP)
Oferta de alimentos deve se agravar nos próximos dias, diz CEAGESP
A paralisação de caminhoneiros já comprometeu a oferta de produtos, mas deve se agravar nos próximos dias, caso a situação não se normalize, alerta a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), maior central de abastecimento da América Latina. Os preços de alguns legumes e frutas já subiram no entreposto paulista
Alguns produtores e fornecedores anteciparam as entregas de mercadorias para o final da tarde de domingo e, por isso, não houve registro de problemas de abastecimento no início da semana. A partir de agora algumas coisas devem começar a faltar. Segundo a companhia, é provável que os maiores efeitos da greve comecem a aparecer na sexta-feira.
Leia a notícia na íntegra no site do Globo Rural.
Greve de caminhoneiros prejudica abastecimento na Ceasa Campinas
O protesto nacional dos caminhoneiros provocou impactos significativos no abastecimento e no preço dos principais produtos hortifrutigranjeiros comercializados na Ceasa Campinas, nesta quinta-feira (24/5). Segundo o diretor técnico-operacional da central, Claudinei Barbosa, cerca de 15 mil toneladas de produtos deixaram de ser comercializadas na Ceasa desde a última segunda-feira, o que representa um prejuízo estimado de até R$ 25 milhões.
Devido aos bloqueios nas rodovias, apenas cerca de 100 caminhões, de um total de 3.500 veículos que circulam diariamente no local, conseguiram chegar à central nesta manhã, o que reduziu drasticamente a oferta de frutas, legumes e hortaliças. Como consequência, os preços de alguns dos principais produtos comercializados no entreposto aumentaram. A batata, por exemplo, que era vendida a R$ 1,40 o kg, nesta quinta-feira chegou a R$ 5,00/kg, em alguns boxes.
“Todos os veículos que estão fora de um raio de 100km da Ceasa não estão chegando. Temos muitos casos de perda completa da carga. A previsão é de total desabastecimento de produtos de giro rápido até segunda-feira, caso a greve continue”, avalia Barbosa.
Além da batata, outros produtos de venda rápida são tomate, cebola, alho, melancia, abacaxi e banana. “No caso do tomate, por exemplo, ainda temos à venda porque somos abastecidos por produtores de Mogi Guaçu e Sumaré, mas a oferta caiu cerca de 80%”, disse.
Mercado de Flores
O Mercado de Flores da Ceasa também registrou impactos no abastecimento na manhã desta quinta-feira. De um total de 60 caminhões, apenas 20 conseguiram chegar ao entreposto para descarregar flores, plantas e acessórios comercializados no local, segundo informou o gerente do Mercado de Flores, Alexandre Valle. “Mas os preços, por enquanto, se mantêm estáveis, segundo apuramos junto aos próprios comerciantes. Também até o momento não estão faltando mercadorias”, disse Valle.
Alguns estados já sofrem com desabastecimento de alimentos, aponta Abras
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) está acompanhando atentamente o protesto nacional dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel.
Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito.
A ABRAS está buscando sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente. Evitando, assim, que a população sofra com a falta de produtos de necessidades básicas e com uma eventual elevação nos preços.
- Associação Brasileira de Supermercados
- São Paulo, 23 de maio de 2018
CEAGESP funcionará normalmente nesta sexta-feira
Todas as unidades da CEAGESP – tanto da capital como do interior – irão funcionar normalmente nesta sexta-feira (25/5), apesar da greve dos caminhoneiros estar dificultando a entrega e recebimento de mercadorias nos entrepostos, principalmente de produtos que vem de fora do Estado de São Paulo, como o mamão formosa, que vem principalmente do Espírito Santo, e a manga, proveniente da Bahia.
A produção vinda do interior de São Paulo continua chegando aos entrepostos, como as citrícolas, verduras e boa parte dos legumes. Os produtos que permitem estocagem, como a maçã, pera, abóboras, coco verde, alho, cebola, etc encontram-se com estoque para comercialização.
No Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) da capital, tanto a feira de pescados, que ocorre das 2h às 6h no Frigorífico São Paulo (FRISP), como a feira de flores, que ocorre da meia-noite às 9h30, estão programadas para operarem normalmente. As operações de comercialização nos entrepostos do interior também não sofrerão alteração.
90% da produção de carnes no Brasil pode ser interrompida nesta sexta; prejuízo superior a US$ 60 milhões
Cerca de 130 unidades produtivas estão paralisadas nesta quinta-feira; animais vivos estão sem alimentação há mais de 50 horas
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informaram nesta quinta-feira que 90% da produção de proteína animal no país pode ser paralisada nesta sexta-feira caso a greve dos caminhoneiros não seja finalizada. Nesta quinta, 129 unidades produtivas das empresas associadas de carnes bovina, suína e de aves estão paralisadas.
Mais de 85 mil funcionários estão sem trabalhar nas indústrias, de acordo com as entidades. A ABPA informa, ainda, que animais que seriam transportados aos frigoríficos estão correndo riscos, sem comer há mais de 50 horas.
"Com os bloqueios nas rodovias, que impedem o acesso dos insumos necessários à produção e impossibilitam o escoamento de alimentos, deixaram de ser exportadas 25 mil toneladas de carne de frangoe suínos, o equivalente a uma receita de US$ 60 milhões que deixa de ser gerada para o país", escrevem as entidades em nota. No caso da carne bovina, são cerca de 1200 containers que deixam de ser embarcados por dia.
"A ABIEC e a ABPA reiteram que o movimento é um direito da categoria, mas reafirmam a importância da manutenção do transporte de alimentos para a população. As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes".
A greve dos caminhoneiros, que teve início nesta segunda-feira (21), não tem data para acabar. Representantes do setor já informaram que só desbloquearão as vias onde protestam quando a definição de desoneração do PIS/Cofins sobre o diesel for publicada no Diário Oficial da União. Votado pela Câmara na quarta, o texto ainda precisa de aprovação do Senado para valer.
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