Agronegócio tem sete entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil em 2017
Liderados pela soja em grãos, sete produtos do agronegócio figuraram entre os dez principais bens exportados pelo Brasil em 2017. Juntos, a soja, carne de frango e bovina, açúcar em bruto, celulose, café e farelo de soja foram responsáveis por 26,8% de um total de US$ 217,74 bilhões embarcados pelo país para o exterior no ano passado. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
A exemplo do que tem acontecido nos últimos anos, a soja foi o grande destaque na pauta exportadora brasileira em 2017 e a China continuou sendo o maior mercado para a oleaginosa nacional. As vendas para o gigante asiático geraram receita no montante de US$ 25,718 bilhões, com uma alta de 34,1% em relação ao ano de 2016. Isoladamente, a soja em grãos respondeu por 11,8% de um total de US$ 50,178 bilhões exportados para os chineses em 2017.
O trio dos principais produtos embarcados para a China no ano passado contou com a participação do minério de ferro (exportações no total de US$ 19,199 bilhões e participação de 8,8% nas vendas totais aos chineses) e do petróleo em bruto (com vendas no montante de (US$ 16,625 bilhões, correspondentes a um percentual de 7,6% nas exportações para o mercado chinês).
Em quarto lugar entre os principais produtos vendidos aos chineses aparece o açúcar em bruto, com um total de US$ 9,042 bilhões. Graças a uma alta de 10,1% comparativamente com o ano de 2016, o açúcar foi responsável por 4,2% de todo o volume embarcado pelo Brasil para a China.
Graças a um aumento de 43,9% nas exportações realizadas no ano passado, os automóveis foram o quinto item mais vendido pelo Brasil no exterior, com uma receita de US$ 6,670 bilhões, correspondentes a 3,1% do total exportado pelo país no ano passado.
A relação dos dez principais produtos negociados pelo Brasil em 2017 contou ainda com a participação de outros quatro produtos do agronegócio: carne de frango, celulose, carne bovina, farelo de soja e café em grãos.
Com um aumento de 9,0%, as exportações de carne de frango geraram receita no total de US$ 6,428 bilhões (participação de 3,0% nas exportações totais do país), enquanto as exportações de celulose renderam US$ 6,345 bilhões (2,9% do total exportado). A carne bovina (receita de US$ 5,075 bilhões), o farelo de soja (vendas no montante de US$ 4,973 bilhões) e o café em grãos (exportações no valor de US$ 4,600 bilhões) foram, respectivamente, o oitavo, nono e décimo produtos mais embarcados pelo Brasil para os mercados no exterior.
Agronegócio amplia peso na balança, mas 2018 pode ser menos favorável
Por Mauro Zafalon, na Folha de S. Paulo
O excepcional ano de 2017 da agricultura e da pecuária refletiu na balança comercial brasileira. A produção de grãos foi recorde e a de carnes, apesar dos sérios problemas ocorridos no setor durante o primeiro semestre, permitiu um ritmo acelerado às vendas externas.
Os dez principais produtos da agropecuária geraram receitas de US$ 77,4 bilhões no ano passado, 15% mais do que em 2016. Apenas esses produtos foram responsáveis por 36% das receitas totais do país com as exportações.
O bom desempenho de 2017 poderá não se repetir em 2018. Um novo aumento de receitas terá de vir dos preços externos e não de volumes. As primeiras estimativas de produção indicam recuo na safra brasileira neste ano. Já as perspectivas para os preços externos, devido à oferta crescente de alimentos, também não são de elevação.
Qualquer interferência climática em uma das regiões produtoras, no entanto, muda completamente o cenário para o agronegócio.
LÍDER
Em 2017, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) voltou a liderar a balança comercial brasileira. Safra elevada e demanda externa aquecida foram responsáveis pela entrada de US$ 31 bilhões no país. Esse valor supera em 25% o do período anterior.
A participação da soja foi intensa na balança durante todo o ano de 2017. O produto obteve a terceira posição entre os itens mais exportados no mês passado, um período de vendas externas tradicionalmente fracas. Em dezembro de 2016, a soja havia atingido apenas a sétima posição.
As carnes, considerando apenas o produto "in natura", também tiveram um bom desempenho. As exportações somaram US$ 13 bilhões, 12% mais do que no período anterior. O frango lidera em valor, mas foi a carne bovina que teve a maior evolução das receitas no período: mais 18%.
O açúcar, com vendas externas no valor de US$ 11,4 bilhões no ano passado, também ajudou a sustentar o saldo comercial do agronegócio. Esse valor poderia ter sido maior não fossem as oscilações externas de preços.
Com presença entre os principais itens do setor, o café foi um dos poucos produtos a perder receitas no ano. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam divisas de US$ 4,6 bilhões no ano passado, 5% menos do que em 2016.
Dois outros destaques na balança foram celulose e milho. No caso do cereal, o Brasil parece ter encontrado o caminho externo para o produto, que teve receitas de US$ 4,6 bilhões.
As exportações de celulose, devido à crescente produção nacional, tiveram receitas de US$ 6,35 bilhões, segundo a Secex.
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