Greenpeace vaza documentos secretos e tenta derrubar acordo Mercosul - União Europeia
A organização ambientalista internacional Greenpeace divulgou na quarta-feira (6), na Europa, documentos secretos sobre as negociações do tratado de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). De acordo com a ONG, o tratado aumentará o desmatamento nos países do Mercosul pela expansão da pecuária e de certas plantações. A informação é da agência EFE e foi publicada pela Agência Brasil.
Os papéis vazados pelo escritório da sede do Greenpeace na Holanda, que incluem 171 páginas, apresentam detalhes sobre algumas das propostas do acordo entre as partes e o impacto ambiental que significará o aumento das importações de carne e de grãos como a soja para a UE. A organização afirma que três ecossistemas naturais serão especialmente ameaçados: a Amazônia, o Cerrado e o Chaco, que inclui partes da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.
O Greenpeace acusa a União Europeia de não zelar pelo meio ambiente nas negociações do futuro acordo que as partes pretendem fechar antes do fim deste ano. O que beneficiaria o setor rural brasileiro em detrimento do agro subsidiado europeu, mas o Greenpeace pressiona contra.
A ONG internacional afirma no documento que as importações de carne dos países do Mercosul para a UE poderiam aumentar entre 100% e 200%. Isso permitiria que a UE compre mais carne dos países do Mercosul o que prejudicaria o meio ambiente nos países latino-americanos.
O Greenpeace afirma que as importações em massa de carne do Mercosul poderão acabar com a pecuária em países como Portugal e Espanha. De acordo com a ONG, nesses países a pecuária extensiva é sustentável. "A Espanha é numerosa em habitats rurais que convivem em equilíbrio com um tipo de criação de gado tradicional e sustentável, que poderia desaparecer", disse à Agência EFE o porta-voz do Greenpeace na Espanha, Miguel Ángel Soto.
Soto assegurou que muitos ecossistemas da Península Ibérica "dependem em grande medida da sobrevivência da criação extensiva de gado" e que a pecuária europeia tem grande importância ecológica ao contrário da carne produzida no Mercosul.
Quanto ao comércio de soja, as importações dos países do Mercosul à UE aumentarão de 1% a 3% com o acordo, segundo especialistas. Além disso, os documentos vazados pelo Greenpeace sugerem a existência de uma proposta da UE para proibir os impostos à exportação, o que levaria a Argentina a eliminar as taxas sobre a exportação de soja e incentivaria os agricultores sul-americanos a plantar mais.
A UE e o Mercosul trocaram ontem novos documentos de ofertas de acesso aos mercados em mais uma rodada de negociações para tentarem fechar um acordo de associação antes do fim deste ano. As ofertas sobre o acesso aos mercados de carne bovina, soja e etanol figuram entre as ameaças apontadas pelo Greenpeace.
Para Soto, até que as questões relativas à proteção ambiental sejam abordadas corretamente no conteúdo do acordo, "as negociações sobre o tratado não deveriam continuar avançando".
O principal produto que os países do Mercosul exportam à UE é a soja, que representa 22% do valor das exportações. O grão é utilizado na UE para a alimentação de gado confinado e está presente no 67% das rações de engorda.
Com informações da Agência Brasil, do Greenpeace e imagem de Wilson Dias/ABr
Norte americanos fomentam rede de fiscais ambientais na América Latina
Oito países foram incorporados ao grupo: Costa Rica, México, Panamá, Bolívia, El Salvador, Guatemala, Honduras e República Dominicana. Até então, a Rede Sul-Americana de Fiscalização e Conformidade Ambiental (Redsufica) era formada por Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru. Com a nova composição de 15 países, o nome foi atualizado para Rede Latino-Americana.
Durante o encontro, o Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina (MAyDS, na sigla em espanhol) foi eleito para ocupar a presidência da RedLafica a partir de 2018. Até 31 de dezembro, o Ibama permanece à frente da organização.
Na cerimônia de abertura, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin destacou a importância de estabelecer uma cultura de cumprimento das normas ambientais e apontou as punições e multas, que ele chama polidamente de "dissuasão", como estratégica para prevenir ilegalidades. O ministro do STJ, que é um dos cabeças da doutrina dos direitos confusos, parabenizou o Ibama pelo combate aos crimes ambientais.
Aprovado por unanimidade, o estatuto da Rede determina as atribuições dos integrantes. As ações de trabalho incluídas no planejamento estratégico 2018-2020 abrangem a identificação de problemas ambientais transfronteiriços, a implementação de um programa piloto de fiscalização integrada e o estímulo à troca de conhecimentos.
No período 2016-2017 foram realizados os seminários “Indicadores Ambientais”, “Gestão de Risco Associado a Resíduos” e “Seguro Ambiental”, além dos cursos “Sistemas de Informação Geográfica Aplicada à Fiscalização Ambiental” e “Investigação de Crimes Ambientais”. "Um dos objetivos da Rede é a troca de experiências entre os países para o avanço da proteção ambiental na América Latina", disse a presidente do Ibama, Suely Araújo.
Os representantes dos órgãos ambientais que integram a RedLafica também participaram do III Diálogo Regional de Políticas sobre Licenciamento e Cumprimento Ambiental na América Latina. Organizado pelo Ibama em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o evento teve o objetivo de discutir a melhoria de projetos sujeitos a licenciamento por meio da integração de questões sociais e ambientais nas etapas de planejamento e execução.
“Com a incorporação de novos integrantes, a Rede se expande para toda a América Latina, em uma estratégia de integração e fortalecimento da fiscalização ambiental no continente”, disse o coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Renê Luiz de Oliveira.
Veja também: Fazendas aqui, Florestas lá: Produtores rurais americanos se unirão aos ambientalistas brasileiros
Formada em 2013 com a finalidade de solucionar problemas ambientais transfronteiriços, produzir indicadores, ampliar a capacidade de ação dos profissionais da área e partilhar práticas e informações de interesse comum, a Rede busca o fortalecimento dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental na América Latina. A V Reunião da Rede teve apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
“O compartilhamento de experiências e a capacitação proporcionados pela Rede permitem elevar continuamente o padrão de gestão nos países participantes. O curso de geotecnologias livres para análise ambiental realizado neste ano é um dos exemplos”, disse o coordenador de Controle e Logística da Fiscalização do Ibama, Govinda Terra.
Troca de experiências
A convite do Ibama, o superintendente de Meio Ambiente do Chile, Christian Thorud, e a presidente do Conselho Consultivo do Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental do Peru, Tessy Torres, visitaram a região atingida pelo desastre da Samarco, em Marinana (MG), para conhecer os problemas que resultaram no rompimento da barragem de Fundão, os impactos e as ações de remediação e reparação adotadas.
Veja aqui o que já publicamos sobre essa ação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos: Estados Unidos promove curso de fiscalização ambiental no Brasil
Com informações e imagem do Ibama
8 comentários
Sérgio Souza: “Dialogamos com todos os envolvidos e consolidamos um texto robusto”
CAE rejeita emendas ao Estatuto Profissional dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas
Comissão de Agricultura na Câmara aprova projeto que reduz dependência de fertilizantes importados
Unem participa do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas em Brasília
Abrasel classifica retratação do Carrefour como incompleta e reforça apoio ao agronegócio brasileiro
Tarifas de Trump podem aumentar a conta do supermercado – da carne bovina à suína, do abacates à tequila
Antonio Sergio Prandini Londrina - PR
O Greenpeace está sediado na Holanda exatamente onde ocorreu o maior crime ambiental do planeta! Eles secaram uma porção de oceano, aniquilando totalmente a biologia marinha... Nunca vi uma palavra desta ONG pilantra para salvar esta porção de mar. Rompam os diques holandeses, srs. ambientalistas! Mostrem sua coerência!
Cristina Pinho
Para mim ficou claro que o interesse do Greenpeace não é com o fim do desmatamento mas interesses economicos dos europeus em detrimento da America Latina , forte concorrente da Europa... Me parece que o Greenpeace esta fazendo lobby para alguns paises que sequer foram mencionados na declaração deles- paises anglo-saxões por exemplo...
A preocupação é com a concorrencia do Mercosul na produção agropecuaria Que eu saiba nesses paises nao tem Reserva Legal , não tem fiscalizacao a desmatamentos . Esta certo proteger os recursos florestais desde que com regras para todos os paises e não somente para alguns deles . Usam de barreiras tarifárias, não tarifarias e o que valeé quem detem e dita as regras do comercio no mundo e não é a OMC! Infelizmente 2 pesos e 2 medidasLá em Paris decidiram que o mundo deve pagar aos ambientalistas 200 bilhões por ano para "conservar" o planeta. Isso não passa de uma picaretagem sem limites.
José Luiz Lazaron Itanhangá - MT
O mais engraçado é que eles moram na Europa, USA e etc...., pois é tá fácil para administrarem essa situação, matematicamente falando é só esse povo desembolsar algumas dezenas de mihões de dólares e distribuirem pra quem tem florestas nestes biomas por eles citados, ah e também os participantes do Greenpeace pararem de se alimentar, já traria uma economia imensa de alimentos....
Andre Luis Mariani
Brincadeira ! Este Greenpeace mostra cada vez mais o quanto é comprado para impedir o desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro !
Luiz Alberto Boller Barreiras - BA
O novo colonialismo de los hermanitos europeos, conversa fiada em espanhol..., nao existe ecossistema preservado na Europa, eles ja destruirán tudo, na España ten lugares que nao sao aptos para pecuaria, con productividad que nao competirá con a nuestra.
Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR
O Greenpeace afirma que as importações em massa de carne do Mercosul poderão acabar com a pecuária em países como Portugal e Espanha. De acordo com a ONG, nesses países a pecuária extensiva é sustentável. Eis aí a real motivação destes ecopalhaços. O Brasil não tem que dar satisfação do que faz aqui no que diz respeito ao meio ambiente. O governo brasileiro tem que dizer que o país tem muito mais de 20% de cobertura vegetal e perguntar pro Greenpeace onde estão as florestas da Europa? Mas neste governo isso não vai acontecer, pois estão vendidos. Se a Europa não quer produtos brasileiros, que comprem da África ou que sabe da Venezuela e Cuba. Que comam brioches.
Carlos, agora criam os bois aqui, e, na hora do abate, colocam uns trinta mil e tantos no navio e levam embora, a Turquia que o diga,,, Não é àtoa que o Rei da Noruega tem gado aqui... Negócio da China, quer dizer do Brasil...
Isso tudo é pra endossar os descalabros e devaneios do Ministro do 1/2 ambiente.
Senhores... esse mercado sempre existiu, é que dessa vez a imprensa, não sei por qual razão, está fazendo uma cobertura excessiva do fato. ... Mas vamos "enxergar" a realidade: O Brasil possui um rebanho bovino de 205 milhões de cabeças, segundo dados dos órgãos governamentais, um dos índices zootécnicos é a taxa de desfrute, que significa o número de animais abatidos, dividido pelo total de animais, multiplicado por 100 e, segundo algumas fontes o Brasil apresenta um taxa de desfrute próxima de 20%, ou seja são abatidos 40 milhões de bovinos por ano. Em outras palavras 40.000.000/ 365 = 109.000 cabeças/ dia... Não é uma "exportação" de 30.000 cabeças que vai quebrar a "gangorra"...
Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
Essa ong, enfim mostrando a quem veio. União Européia pedindo água ? Não suportam mais subsídios . Interessante é que na península ibérica o boi faz parte do ecosistema e no chaco ou pampa prejudica....me poupem vão catar cavacos....
.Gilberto Rossetto Lucas do Rio Verde - MT
Em primeiro lugar acho que o Brasil está na hora de dar um basta nas imposições dos Europeus, são o tipo de cliente que pelas exigencias compram muito pouco. Praticamente só importam produtos in natura que chegados lá colocam uma nova roupa e vendem para o resto do mundo made in EU, a exemplo do café. Então o Brasil devia dizer querem; é isso não querem tem quem quer, tchau. Por causa dessas exigencias da Europa o Brasil doou 80% da Amazonia para conservação e despoluição do lixo deles. Outra posição é como relação ao Greenpace, é brincadeira um pais se submeter a uma organização dessas que claramente está a serviço dos nossos concorrentes. Está na hora dessa organização ser expulsa do nosso território, está na hora dos brasileiros pararem de se ajoelhar para esse tipo de ONGs. Fora Greenpace!!!!!