IEA divulga o resultado preliminar do VPA 2017
O Valor da Produção Agropecuária do Estado de São Paulo (VPA) é calculado e estimado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) a partir de dados de produção vegetal e animal de 50 produtos agrícolas, selecionados e extraídos dos Levantamentos por Municípios de Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, realizados pelo IEA e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Os produtos são analisados e classificados em cinco grupos: Frutas Frescas, Grãos e Fibras, Produtos Animais, Produtos para Indústria e Olerícolas. Em termos reais, o VPA preliminar de 2017 resultou em R$ 77,01 bilhões, considerando os valores deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que representa uma ligeira queda de 0,63%, em relação a 2016.
Com um aumento previsto de 13,9%, em 2017, o grupo de Produtos para Indústria garantiu resultado positivo no VPA total do Estado. “Este grupo ganhou 5 pontos percentuais na participação entre os demais grupos de produtos, tendo as atividades para indústria como a borracha (51,08%), mandioca (48,88%), laranja (32,97%), tomate (25,41%) e cana-de-açúcar (15%) grandes desempenhos, em especial por conta dos ganhos dos preços médios recebidos pelos produtores, exceto café (-31,19%)”, explicam José Roberto da Silva, Paulo Coelho, Denise Caser, Carlos Roberto Bueno e Eder Pinatti, pesquisadores do IEA, responsáveis pelo levantamento. O VPA da cana-de-açúcar elevou sua participação de 37,21% para 41,93% do volume total do Estado, por conta do aumento nos preços médios, visto que fatores como déficit mundial de açúcar e produção em queda, aliados a um consumo alto na Ásia sustentam as cotações.
Todos os demais grupos tiveram variação negativa. A maior queda foi observada no grupo de Olerícolas (- 26,35%), seguida por Grãos e Fibras (– 11,3%). Com variação próxima, os grupos de Produtos Animais e Frutas Frescas fecham o levantamento, com variações negativas de 4,83% e 4, 74%, respectivamente.
Entre os doze produtos que apresentam VPA superior a R$ 1 bilhão, que juntos representam 87,37% do VPA total do Estado, seis registraram quedas de preços. Os preços da carne bovina e de frango, que ocupam a 2ª e 4ª colocação no ranking, acusaram queda, respectivamente, de 8,72% e 11,07%, aliada à redução de 1,27% na produção da carne bovina e estabilidade na produção da carne de frango. A soja, 5ª colocada noranking, apresentou redução de preço e ganhos de produção ao redor de 14%, com a expansão da área entre o replantio das lavouras de cana-de-açúcar, de milho e de pastos degradados e das condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da oleaginosa. O preço do milho, situado na 7ª posição, sofreu redução de 32,53%, com aumento da produção da ordem de 21%, influenciado pela umidade adequada no período da germinação das sementes e nas demais fases de desenvolvimento das plantas. O café beneficiado, que caiu da 6ª para a 9ª posição, apresentou redução de 28,2% na produção, causada pela intensa bienalidade registrada no cinturão francano, maior região produtora paulista, e de 4,14% no preço. Na 11ª posição, a banana apresentou redução de 16,62% nos preços, por conta de boa oferta da fruta que neste ano o “pico” da safra aconteceu mais tarde, consequência do último inverno, embora registra-se, preliminarmente, um volume ligeiramente menor em 0,65% na produção.
Outros produtos cujos VPAs não atingiram a casa do bilhão, mas apresentam níveis de VPAs elevados, também registraram reduções expressivas de preços, caso do amendoim em casca (13,69%), do limão (54,50%), do feijão (43,17%) e da batata (56,85%).
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