Para Maggi, Brics precisa fortalecer mais o comércio agropecuário
Os cinco países que compõem o Brics devem fortalecer o comércio entre eles, disse o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Para ele, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul precisam estabelecer, por exemplo, um sistema de preferências para impulsionar ainda mais as trocas comerciais no bloco. “Há um potencial gigante [de negócios], mas se não houver medidas concretas, não há por que existir”, ressaltou Maggi, que integra a comitiva do presidente Michel Temer na 9ª reunião de Cúpula do Brics, em Xiamen, na província de Fujian, na China. O evento começou no domingo (3) e termina nesta terça-feira (5).
Maggi participou de audiências com autoridades chinesas e de um seminário de negócios, na semana passada, em Pequim. De acordo com ele, o presidente Xi Jinping indicou que a China deverá ampliar o comércio com o Brasil, especialmente o de carnes. Para tanto, acrescentou o ministro, o governo chinês habilitará novas plantas frigoríficas para exportar àquele mercado. “Acho que as coisas vão andar realmente e o Brasil terá oportunidade vender mais e estar mais presente na China.”
O ministro enfatizou ainda que Brasil e China se complementam no setor agropecuário, o que fortalece a cooperação. “A China é grande compradora de alimentos, mas também vende muitos produtos agropecuários, especialmente na Ásia.” Isso ocorre, ressaltou, pela abertura do mercado chinês. Na avaliação de Maggi, o desafio do Brasil é se tornar igualmente mais aberto no comércio internacional.
No ano passado, as exportações agropecuárias para a China somaram US$ 17,8 bilhões. Do total, os embarques de soja em grão representaram US$ 14,4 bilhões. A participação das carnes foi de US$ 1,75 bilhão: US$ 702,8 milhões de carne bovina, US$ 859,5 milhões de frango e US$ 189,3 milhões de suíno.
Outro assunto destacado por Maggi foi o esforço do Brasil para ampliar as exportações agropecuárias com valor agregado. “Em vez de vendermos só grãos, também queremos exportar carnes processadas. Isso é importante para o Brasil não só pelas divisas que geram, mas porque garantem milhares de empregos na agropecuária.”
1 comentário
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Euclides de Oliveira Pinto Neto Duque de Caxias - RJ
O grande problema, na questão das exportações de grãos, é que são dominados pelas multinacionais, que absorvem grande parte da receita, via exportações para paraisos fiscais... no caso das carnes, o ataque à JBF e outras empresas teve como resultado quebrar a estrutura do grupo, que era o grande líder nas exportações... é briga de foice no escuro... há que estar bem preparado para entrar e permanecer no mercado...
Tirem as multinacionais e exportação da equação, e o setor agricola acaba... o mercado mais nefasto é o interno... o nacional... a soja só é dinâmica por causa do livre mercado...
Ninguém está falando em tirar a exportação... estamos falando das multinacionais, que atuam na intermediação comercial e auferem lucros fabulosos... o mercado comprador existe, independente das mesmas... devemos promover a venda direta, em acordos comerciais com os compradores, eliminando esta intermediação danosa e desnecessária... o Brasil possui capacidade para isto, como feito anteriormente no comércio de café... que trouxe tanta riqueza para o país, desde os tempos de colonia e império... chegamos a ter entreposto na Europa e Estados Unidos, para disponibilizar vendas diretas... destruiram o Mário Simonsen (o primo, não o ministro...) somente para quebrar a hegemonia do mesmo no comércio internacional de café... esquece essa história de "livre mercado"... é lenda...