No ESTADÃO: A supersafra, ainda maior do que se previa
Safra recorde faz valor de produção crescer no país (por MAURO ZAFALON, na FOLHA)
O principal aumento nesse setor fica para o algodão, cujo valor sobe para R$ 21,1 bilhões, 76% mais do que em 2016.
A soja, o item de maior valor de produção neste ano —R$ 116 bilhões—, terá evolução de apenas 2,3%.
Tanto algodão como soja têm safras recordes, mas os preços externos do algodão são mais favoráveis que os da soja.
Um dos destaques negativos neste ano fica para o trigo, cujo valor de produção recua para R$ 3,3 bilhões, 31% menos que em 2016. Essa queda resulta de área menor de plantio e de problemas climáticos nas lavouras.
Segundo José Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA (Secretaria de Política Agrícola), a situação da pecuária (bovino, frango, suíno, leite e ovos) não foi tão favorável neste ano quanto a da lavoura.
A queda do faturamento na produção de frango e de bovinos forçou uma redução de 6% no setor neste ano.
Afetado por várias crises no primeiro semestre, o faturamento total da pecuária deverá cair para R$ 167,5 bilhões.
PERDAS
A pecuária foi a grande perdedora nas duas principais regiões de maior faturamento do agronegócio: Centro-Oeste e Sudeste. Enquanto as lavouras aumentaram o VBP em ambas, a pecuária teve queda de 9% e 6%, respectivamente.
Gasques mostra que São Paulo, o maior VBP do país, recebeu a influência positiva da cana-de-açúcar, cujo valor de produção subirá para R$ 31,1 bilhões neste ano.
Já Mato Grosso, o segundo principal Estado em faturamento agropecuário, perde receitas na soja, produto que tem a liderança nacional na produção.
Após ter atingido volume financeiro de R$ 31,1 bilhões em 2016 no Estado, a oleaginosa deverá render R$ 28,2 bilhões neste ano.
Outro baque em Mato Grosso ocorreu na pecuária. O valor de produção do setor de bovinos recua para R$ 9,9 bilhões, 7% menos.
Detentor do maior rebanho do país, Mato Grosso perde receitas devido à queda de preços dos animais, provocada pelas operações da Polícia Federal no setor de carnes.
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Pelo Norte - As exportações de soja de Mato Grosso atingiram 16 milhões de toneladas até julho, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
Pelo Norte 2 - Desse volume, 41% saíram pelos portos do chamado Arco Norte. Há cinco anos, esse percentual era de apenas 18%. Os portos localizados no Arco Norte vêm substituindo gradativamente os do Arco Sul.
Fertilizantes - As importações brasileiras deverão crescer 2,8% neste ano, somando 25,5 milhões de toneladas. A previsão é de Fábio Silveira, da MacroSetor Consultores.
Fertilizantes 2 - As vendas de fertilizantes, porém, vão recuar, em relação às de 2016. Silveira estima entregas de 33,5 milhões de toneladas, 1,8% menos do que as de 2016.
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