Órgão do Cade recomenda aprovação de fusão de Dow e DuPont com desinvestimentos

Publicado em 05/05/2017 10:24

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SÃO PAULO (Reuters) - A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apresentou parecer pela aprovação no Brasil da fusão mundial entre Dow Chemical e DuPont, desde que condicionada à assinatura de um acordo que irá prever desinvestimentos pelas companhias.

O parecer agora segue para o tribunal do órgão de defesa da concorrência, responsável por uma decisão final sobre a operação entre as empresas, que atuam nos segmentos de produtos químicos, agroquímicos e diversos outros negócios.

"Verificou-se que a operação geraria elevada concentração nos mercados de defensivos agrícolas, especialmente inseticidas e herbicidas utilizados em diversas culturas; de copolímeros de ácido e ionômeros, que são produtos petroquímicos utilizados em ampla variedade de aplicações finais; e de sementes de milho", afirmou o Cade em nota à imprensa.

Diante dessas preocupações, Dow e DuPont propuseram acordo em que se comprometem a desinvestir no Brasil e no mundo de um "conjunto substancial de ativos" nos mercados afetados pelo negócio.

Em defensivos agrícolas, as empresas estão dispostas a se desfazer globalmente de parte relevante das atividades da DuPont em inseticidas e herbicidas. O acordo também inclui também ativos relevantes em pesquisa e desenvolvimento da empresa no mundo.

No segmento de sementes de milho, as companhias propõem desinvestir parte relevante da atividade da Dow no Brasil, onde a concentração das atividades entre as duas empresas é especialmente significativa. O pacote de ativos inclui banco de germoplasma, unidades produtivas, centros de pesquisa, marca, produtos em desenvolvimento (pipeline), entre outros.

O Cade disse que Dow e DuPont também se comprometem a desinvestir, globalmente, os negócios de copolímeros de ácido e ionômeros de propriedade da Dow.

Segundo a análise da superintendência do Cade, "os desinvestimentos propostos pelas partes reduzem significativamente as concentrações nos mercados afetados, no Brasil e no mundo, e, por isso, são suficientes para afastar as preocupações concorrenciais geradas pela operação".

(Por Alberto Alerigi Jr. e Luciano Costa)

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Fonte:
Reuters

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