Fundamentos de mercado guiarão commodities no 4º tri, aponta INTL FCStone
As commodities agrícolas devem se comportar muito mais guiadas pelos fundamentos de cada mercado do que por fatores conjunturais macroeconômicos no último trimestre de 2016. Quem afirma é o Diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Thadeu Silva, em relatório especial.
A consultoria destaca suas análises para os próximos meses com foco para o clima, cujos impactos podem afetar a produção em diversos mercados. Cotonicultores chineses e norte-americanos, por exemplo, têm sofrido com as chuvas em algumas regiões.
“Os primeiros algodoais semeados em abril agora precisam de um tempo mais seco para serem retirados do campo e a preocupação de que o tempo mais úmido se estendesse pelos próximos meses, quando ocorrerá a colheita nas principais áreas produtoras, criou grande inquietação nos mercados de futuros nas últimas semanas”, aponta o relatório. As previsões ainda indicam um tempo mais seco ou similar à normal climática para o trimestre, pelo menos nos Estados Unidos.
Para a produção brasileira de commodities, a desvalorização cambial ainda garante rentabilidade, mas a restrição de crédito e a logística deficitária impedem o avanço da produção. Por outro lado, o produtor agrícola deve sentir uma redução da participação dos fertilizantes nos custos.
“O valor das commodities agrícolas no Brasil tem apresentado maior força que no mercado internacional, e com os preços dos fertilizantes em queda, as relações de troca no país se encontram nos níveis mais baixos dos últimos anos”, destaca a INTL FCStone em relatório.
No cenário internacional, os receios em relação a uma desaceleração mais acentuada da demanda chinesa perderam força ao longo do ano. Os dados mais consistentes de consumo das famílias e os excelentes níveis de importação de commodities agrícolas são o principal fator de sustentação dos preços internacionais.
Além disso, os mercados internacionais têm se mostrado mais calmos em relação às consequências do Brexit, tendo em vista o baixo impacto do resultado do referendo no nível de atividade inglês.
A consultoria ainda destaca a provável alta da taxa de juros americana pelo Fed. Em meio a uma lenta recuperação do mercado de trabalho e baixos índices de inflação, a autoridade monetária americana ainda espera o momento certo para a elevação. “Esse movimento é chave para o comportamento das cotações das commodities no próximo ano”, resume o Diretor Silva.
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