Exportações: agro garante recorde da balança comercial no 1º semestre
A série histórica da balança comercial brasileira, divulgada desde 1989, nunca registrou um recorde como o de agora: somente no primeiro semestre do ano, o superávit – resultado das exportações menos as importações – foi de US$ 23,6 bilhões. Isto significa um desempenho dez vezes maior em comparação à quantia de US$ 2,2 bilhões, registrada em igual período de 2015. O resultado positivo também foi influenciado pela queda de 27,7% das importações.
Dos dez principais itens comercializados, de janeiro a junho de 2016, sete são do agronegócio(veja tabela abaixo), que contabilizou US$ 29,9 bilhões em receita – de um total de US$ 41,6 bilhões – e 33,2% do total das negociações do Brasil com outras nações. Mais uma vez o destaque foi a soja em grão, que somou US$ 13,9 bilhões e alta de 11%, figurando como principal commodity exportada e ocupando o primeiro lugar na lista geral da balança.
Açúcar em bruto somou US$ 3,1 bilhões (+19%), chegando à quarta colocação; celulose, com US$ 2,7 bilhões (+7%), em sétimo; e carne bovina in natura, com US$ 2,2 bilhões (+6%), em oitavo. As porcentagens foram calculadas pela equipe de economia da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), com base nos dados divulgados no dia 1º de julho, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MCIS).
AVALIAÇÃO DA SNA
Na avaliação do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) Hélio Sirimarco, apesar do superávit recorde de janeiro a junho de 2016, “o desempenho do comércio exterior brasileiro, como um todo, foi ruim”.
“Segundo cálculos da própria CNA, ocorreu uma queda de US$ 26,6 bilhões na corrente de comércio (soma das exportações e importações) e uma redução de 4,3% nas vendas externas. O superávit, portanto, se deve mais pela queda de 27,7 % das importações no primeiro semestre deste ano.”
Sobre a comercialização de soja, Sirimarco acredita que, com a alta do dólar no segundo semestre de 2015, o produto brasileiro ficou mais competitivo em relação ao norte-americano. “É bom lembrarmos que a Argentina (terceira exportadora mundial da oleaginosa) estava fora do mercado, também no segundo semestre de 2015 (por questões políticas internas). Isto contribuiu para que a demanda mundial, especialmente a chinesa, se dirigisse para o Brasil.”
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