José Serra diz que reajuste do comércio internacional pode potencializar agronegócio brasileiro
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, participou do primeiro dia do Global Abribusiness Forum - GAF16 -, nesta segunda-feira (4) destacando a necessidade do Brasil de ampliar e reajustar seus acordos internacionais a fim de potencializar ainda mais o potencial do agronegócio nacional.
"O agronegócio responde por mais de 40% das exportações e mais de 20% do PIB, isso já motra seu enorme peso no comércio internacional. Além disso, tem sido o principal pilar de sustentação na balança de pagamentos", disse.
Dessa forma, Serra afirma que, nessa nova fase do governo brasileiro, a pasta busca "cercar" economias que carregam forte potencial de importadores de diversos produtos brasileiros, como forma de alinhar acordos comerciais que possam abrir novas oportunidades para o Brasil, e motivar o setor.
"São economias como a Nigéria, por exemplo, de onde compramos muito petróleo e para onde não vendemos quase nada, ou os países árabes, como o Irã, que volta ao mercado internacional após a abertura - ainda parcial - de algumas sanções, que merecem forte atenção no nosso plano internacional", afirma o ministro.
Serra chamou a atenção ainda para a importância do mercado da África. Com um crescimento populacional três vezes maior do que o da América do Sul, a região Subsaariana, por exemplo, precisa de alimentos de qualidade e acessíveis.
Para isso, e para a abertura de novos mercados e oportunidades, o ministro falou ainda sobre as mudanças trazidas pela Apex - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. "Temos dado grande ênfase na China, com a criação de departamentos específicos para cuidar desse mercado, tanto na Apex quanto no Ministério da Agricultura", diz. "Os chineses são, atualmente, importantes exportadores de capitais e estamos muito interessados em investimentos, principalmente em infraestrutura, os quais poderiam reduzir o custo Brasil, especialmente no transporte, e aumentar ainda mais nossa competitividade", completa.
A importância da China como consolidado maior importador mundial de alimentos, ao lado do crescente potencial da Índia, foi destacado pelo ministro. A classe média de ambos os países, e demais nações do Sudeste Asiático - outra região promissora na importação de alimentos - exibe um crescimento rápido e robusto de forma a garantir a mudança e melhoria dos hábitos alimentares e, consequentemente, ampliar suas importações com o aumento da renda de sua população.
Para a implementação e efetivação dessas metas, no entanto, José Serra destacou, entre os desafios do Brasil, as deficiências ainda latentes de transporte, comércio - com acordos ainda ineficientes - e, principalmente, armazenagem. "Me impressionaram os números de perdas de mais de 10% dos grãos no pós colheita", disse.
Promoção do Brasil
O ministro afirmou ainda que, ao lado de medidas comerciais, é preciso que o Brasil utilize também de recursos diplomáticos para promover a imagem do Brasil nos entre os atuais e os potenciais clientes, especialmente sobre a questão ambiental, enfatizando o dinamismo do agronegócio às práticas ambientais do Brasil.
"Somos ainda o maior produtor mundial que mais preserva sua cobertura vegetal nativa, com mais de 60% das terras nessas condições, e índices maiores do que, por exemplo, Ásia, Europa e Estados Unidos", concluiu.
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