Saída do Reino Unido pode ampliar exportações do agronegócio

Publicado em 27/06/2016 07:38

Segundo principal destino das exportações gaúchas do agronegócio, a União Europeia é parceira do Rio Grande do Sul principalmente na compra de soja (37% do total exportado ao bloco), fumo (32,7%) e carnes (19,9%). Atrás apenas da China, o bloco europeu foi comprador de 14,9% das vendas externas do setor produzidas no Estado em 2015. Desse total, o Reino Unido respondeu por pouco mais de 6% das compras no ano passado.

— Mas certamente, na prática, essa participação é bem maior. Isso porque nem sempre os produtos entram pelos portos dos países de destino — explica Sergio Leusin Júnior, economista do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

No Reino Unido, mais de 70% das importações do Rio Grande do Sul são de produtos de origem animal – prevalecendo a carne bovina e de frango. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra destaca que o Brasil já tem mercados fidelizados para a carne de frango dentro da União Europeia – que em 2015 importou 407 mil toneladas, das quais 20% para o Reino Unido. O volume representou 8% do total as exportações brasileiras do setor. 

— Hoje temos cotas de tarifa zero dentro do bloco europeu. Se isso for mantido após a separação, poderemos aumentar as cotas para a União Europeia e, ainda, continuar atendendo os países do Reino Unido — projeta Francisco Turra, presidente da ABPA. 

 Outra possibilidade, acrescenta Turra, é a abertura de mercados para a carne suína, já que os ingleses se mostraram favoráveis à possibilidade devido à menor emissão de gases de frangos brasileiros. Com a saída do Reino Unido da União Europeia também podem crescer as chances do acordo de livre comércio com o Mercosul.

— A França sempre foi contra ao acordo, justamente por conta do setor agrícola. Agora independente, o Reino Unido poderá tomar a decisão sem a influência da União Europeia — avalia o economista da FEE.

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Fonte:
Zero Hora

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