Reuters: Argentina deve perder entre 4 mi t e 8 mi t de soja devido a inundações
BUENOS AIRES (Reuters) - As enchentes na Argentina reduziram a expectativa de produção de soja do país entre 4 milhões e 8 milhões de toneladas, mesmo com a produtividade maior que o esperado em áreas mais secas compensando algumas das perdas, disseram analistas agrícolas locais nesta quarta-feira.
Os contratos futuros do farelo na bolsa de Chicago subiram 51 por cento desde o início de abril, tocando sua máxima desde novembro de 2014, com preocupações sobre as enchentes da Argentina se acumulando.
A Argentina é o maior exportador global de farelo e óleo de soja.
As estimativas de safras agora variam entre 52 milhões de toneladas a 56,5 milhões de toneladas. Com a colheita desacelerada por chuvas recordes no norte do cinturão de soja, a bolsa de Buenos Aires reduziu sua estimativa de colheita para 56 milhões de toneladas, ante 60 milhões de toneladas. De qualquer maneira a produção será menos que os 60,8 milhões da temporada passada.
Produtividades maiores nas províncias de Buenos Aires e La Pampa, que não tiveram enchentes destruidoras, podem levar a bolsa a manter estável sua estimativa de 56 milhões de toneladas quando divulgar seu relatório semanal na quinta-feira.
Mas o analista Pablo Adreani, da consultoria com sede em Buenos Aires AgriPAC, disse que as perdas com as enchentes ultrapassam muito os ganhos esperados nas áreas com melhor produtividade.
"Nós perdemos 8 milhões de toneladas de produção nas enchentes", disse Adreani. "As produtividades em Buenos Aires estão boas, mas não o suficiente para o desastre climático que tivemos nas províncias de Entre Rios, Córdoba e Santa Fé".
Plantio de trigo começa no RS com expectativas climáticas favoráveis, diz Emater
SÃO PAULO (Reuters) - O plantio do trigo no Rio Grande do Sul atingiu 9 por cento da área total prevista para o Estado nesta sexta-feira, ante 11 por cento no mesmo período do ano passado, com os produtores acreditando em melhores condições climáticas neste ano, segundo um especialista da Emater/RS-Ascar, órgão ligado ao governo estadual.
Para este ano, a previsão é de que a área plantada com o cereal no Estado, o segundo maior produtor de trigo do país, sofra uma redução de 13,1 por cento ante o ano passado, para 767 mil hectares, segundo projeção do Emater, mas ainda assim a produção poderá ser maior que a safra afetada pela elevada umidade no ano passado.
De acordo com o assistente técnico em culturas da Emater, Alencar Paulo Rugieri, a redução da área de plantio se deve aos resultados ruins do ano passado, quando o excesso de chuvas afetou a produtividade do cereal.
"É uma opção do produtor. A diminuição é por causa dos resultados ruins do ano passado", disse Rugieri, acrescentando que a ampla oferta do mercado global, especialmente com a retomada das exportações da Argentina, não inibiu os produtores a plantar trigo.
No entanto, apesar da redução de área, a expectativa é que a safra obtenha melhores produtividades devido a condições climáticas mais secas.
"Os produtores estão bastante atentos às condições climáticas, dessa previsão de La Niña. Em anos de La Niña a produção geralmente é favorável", disse Rugieri.
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