Mosaic vê sinais positivos para vendas de adubos no Brasil em meio a incertezas

Publicado em 20/05/2016 14:58

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Por Roberto Samora

SORRISO (Reuters) - As vendas de fertilizantes no Brasil devem prosseguir em bom ritmo nos próximos meses, mas fecharão o ano apenas com leve crescimento na comparação com 2015, com alguns fatores positivos sendo ofuscados por incertezas econômicas, na avaliação do gerente de inteligência de mercado da Mosaic, Samuel Bortolin.

De janeiro a abril, as entregas de fertilizante no país aumentaram 8,2 por cento, para cerca de 7,5 milhões de toneladas, impulsionadas por "ótima" relação de troca entre o adubo e produtos agrícolas como soja e milho, com o dólar sustentando os preços em reais dessas commodities.

Mas a expectativa é de que o ano feche com um crescimento menos acelerado do que o primeiro quadrimestre, de acordo com o analista da Mosaic, uma das maiores companhias de fertilizantes do mundo e também do Brasil.

"Este ano começou parecido com 2014 (ano de entregas recordes). Esperamos que no final de 2016 não chegue a 2014, mas supere 2015. Deve ficar bem intermediário entre 2014 e 2015", disse o executivo à Reuters, no intervalo de algumas avaliações de colheita em Mato Grosso, realizadas pela expedição técnica Rally da Safra.

Um nível intermediário entre o ano passado e o recorde de 2014 significaria entregas de 31 milhões de toneladas, o que representaria um aumento anual de aproximadamente 3 por cento na comparação com 2015, com agricultores ainda segurando os negócios em meio à insegurança econômica após a troca de presidente no Brasil.

"Os preços das commodities estão altos pelo câmbio e os preços de fertilizantes não subiram tanto assim", disse ele, citando uma relação de troca de 20 sacas de soja por uma tonelada de fertilizantes, bem melhor que a verificada no ano passado.

Ele lembrou ainda que os preços do milho "descolaram" do mercado internacional, pela quebra de safra no país.

O executivo disse ainda que, embora o dólar esteja mais fraco ante os picos do ano, registra uma certa estabilidade, "o que é bom para a relação de troca".

Bortolin afirmou também que no início do ano os agricultores contaram com recursos do pré-custeio do Plano Safra governamental, assim como as tradings liberaram mais crédito, o que ajudou no fechamento de negócios.

Outro fator positivo são as indicações da meteorologia para um clima mais favorável na próxima safra, especialmente no Centro-Oeste.

"O ânimo dos produtores quanto ao clima, acredito que é fator positivo, eles estão esperando chuvas mais regulares no segundo semestre."

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Fonte:
Reuters

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