CNA discute peso da energia elétrica como insumo para aquicultura e custo de produção

Publicado em 02/12/2015 16:36
O aumento da tarifa elétrica e o impacto das bandeiras tarifárias na cobrança de energia elétrica aplicada à propriedade rural foram temas de palestra do coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias

Brasília (02/12/15) – Produtores rurais irrigantes de todo o Brasil e da cadeia aquícola avaliam os impactos do aumento do custo com energia elétrica em função da cobrança da bandeira tarifária e de outros reajustes adotados desde o início deste ano. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), houve um acréscimo de 130% nas contas de energia dos agricultores irrigantes desde 2012 e 30% nas contas dos aquicultores.  Os possíveis resultados dos crescentes aumentos na cobrança de energia elétrica aplicada à propriedade rural vão desde a redução da área plantada até o impacto no custo de produção foram apresentados pelo coordenador de Sustentabilidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, durante reunião da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, na sexta-feira, dia 27/11.

De acordo com o coordenador, os três fatores que mais influenciam na produção de alimentos são: utilização de variedades melhoradas, que corresponde a 21%; expansão da fronteira agrícola, com 20%, e intensificação do uso de insumos agropecuários e irrigação, com 59%. “Hoje o Brasil tem uma área irrigada de 6 milhões de hectares. No entanto, tem áreas potencialmente irrigáveis de 47 milhões de hectares”, observou.

No Brasil, segundo dados do Censo 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sistema de cultivo mais utilizado é o sequeiro (plantio no período chuvoso). Hoje são mais de 47,5 milhões de hectares de área colhida. O que representa um valor bruto da produção em R$ 77,55 bilhões. O valor por hectare da área custa R$ 1.632,57.

O sistema irrigado, (técnica utilizada na agricultura que tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação), tem apenas 5,6 milhões de hectares de área colhida, com R$ 19,59 bilhões no VBP e R$ 4.278,86 o valor do hectare. “Apesar da área de sequeiro ser maior, o sistema irrigado tem potencial para crescer em 47 milhões de hectares, gerando um VBP de 152 bilhões de reais. A área irrigada gera 110% mais valor bruto da produção que a sequeiro”, comentou Nelson Ananias.

Para o coordenador, a agricultura irrigada é de extrema importância para o Brasil e para mundo, principalmente considerando que o nosso país será um dos maiores produtores de alimentos no futuro, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Para a entidade, será necessário aumentar a produção de alimentos em 70% até 2050, período em que a população mundial ganhará mais 2,3 bilhões de habitantes. “Temos área, insolação e água. Só precisamos coordenar o uso eficiente destes fatores, possibilitando a duplicação da área irrigada nos próximos 10 anos, fazendo frente ao desafio de se produzir mais no mesmo espaço e possibilitando um crescimento estimado de R$ 17,5 bilhões no valor bruto da produção (VBP) do setor”, finalizou.

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CNA

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