Na Faeg, sul e sudoeste pedem fim regional do vazio sanitário
Desde que a vazio sanitário do feijão foi oficialmente decretado no estado, conflitos de opiniões sobre o período de “recesso” de plantação do grão vem movimentando as reuniões da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que tratam do tema. Na última terça-feira (29), a Comissão de Grãos, Fibras e Oleaginosas da entidade se reuniu com produtores em busca de um feedback sobre as datas definidas, a cerca de dois anos, pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) em conjunto com o setor produtivo. Durante o encontro, produtores do sul e sudoeste pediram o fim do vazio em suas respectivas regiões, que diferente do ocorrido ao norte do estado, não tem surtido os efeitos esperados.
A justificativa é que cada região do estado possui condições climáticas e produtivas diversas, sofrendo em diferentes graus com as pragas e doenças da cultura. Agora, a Faeg vai se organizar para se reunir com produtores do sul e do sudoeste, reunir pesquisas e pareceres técnicas e fazer a ponte com os órgãos governamentais.
Segundo a Agrodefesa, a instituição do vazio sanitário objetiva diminuir a ocorrência da praga Mosca Branca, transmissora do Vírus do Mosaico Dourado, na cultura do feijão. Definidas por uma Instrução Normativa, as datas regionalizaram o estado, sendo que os produtores das regiões Norte e Nordeste, além daqueles cujas propriedades ficam nos municípios da Estrada de Ferro, Entorno do Distrito Federal e Vale do Araguaia, devem respeitar o vazio de 20 de setembro a 20 de outubro.
Já os produtores do Sudoeste, Sul e Sudeste de Goiás não podem ter em suas propriedades plantas vivas de feijão entre 5 de setembro e 5 de outubro. Na ocasião da definição, foram ouvidos agricultores, técnicos, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e representantes das principais regiões produtoras de feijão do estado.
Os produtores do Norte defendem enfaticamente a manutenção do vazio sanitário. Para o produtor de Água Fria de Goiás, Joel André Pes, antes de discutir o fim ou não do vazio é importante que o produtor conheça a diversidade do estado. “Sou favorável, assim como toda a minha região, que o vazio sanitário continue, visto que ele tem nos trazido muitas vantagens. Também é consenso que não queremos alterar a datas já estipuladas. A região ficou muito bem dividida, em combinação com as nossas necessidades”, explica o produtor, que cultiva 2.8 mil hectares de feijão.
Durante o encontro desta terça-feira, a falta de fiscalização por parte da Agrodefesa foi questionamento unânime. Na outra ponta, a entidade argumentou que não consegue estar em todas as regiões do estado ao mesmo tempo, sendo assim, trabalhar com denúncias e amostragem. Caso seja encontrada uma área com plantas vivas de feijão durante período do vazio, o produtor é multado em R$ 2.500 e recebe ordem para destruir a plantação.
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