Greve de fiscais afeta emissão de certificado e exportação de milho, diz Anec

Publicado em 18/09/2015 04:52

Greve de fiscais afeta emissão de certificado e exportação de milho, diz Anec

Por Roberto Samora

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SÃO PAULO (Reuters) - A greve de fiscais agropecuários, iniciada na quinta-feira, está afetando a emissão de certificados fitossanitários e a exportação de milho do Brasil, afirmou nesta sexta-feira o diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.

Ele explicou em entrevista à Reuters que a falta de certificado fitossanitário pode impedir, por exemplo, o desembarque de milho brasileiro no exterior, caso o documento não seja emitido a tempo.

"É a pior coisa que pode acontecer para exportações de grãos", acrescentou Mendes, referindo-se aos embarques de milho, que tradicionalmente ganham ritmo no segundo semestre.

A maior parte da soja colhida na última safra do país, o maior exportador global da oleaginosa, já foi exportada em meses anteriores. O Brasil é ainda o segundo maior fornecedor de milho para os mercados externos, após os Estados Unidos.

"O que nos preocupa é a emissão do certificado fitossanitário, e agora mais ainda, porque está terminando a exportação da safra de soja e começando a de milho", disse.

Ele explicou que um navio de milho exige de "nove a dez vezes" mais certificados do que o de soja, uma vez que são vários importadores. No caso da oleaginosa, o produto segue majoritariamente para a China.

"São vários importadores, é um mercado mais pulverizado, são granjeiros, não são grandes tradings, como é o caso da soja", disse. "E para cada importador tem que ter um certificado, isso vai dar um trabalho maior."

Ele disse que é prematuro para estimar perdas pela greve, acrescentando que as perspectivas são de exportações recordes de 30 milhões de toneladas, que podem ser ameaçadas caso a greve se prolongue por muito tempo.

"Isso pode se arrastar diante de um governo com problemas, é extremamente preocupante", completou.

O diretor-geral da Anec disse que a associação está conversando diretamente com os fiscais de Santos, onde está o principal porto para a exportação do cereal, visando minimizar problemas. No caso dos outros portos, a negociação está sendo feita via Brasília.

A preocupação é para exportações com rotas mais curtas, com risco maior de o certificado não ser emitido a tempo de o produto chegar no destino. "Já informamos a fiscalização para priorizar esses casos, para não ter o perigo de não descarregar."

O certificado é emitido, normalmente, após o navio com o produto deixar o porto.

Sem documentos, o exportador também pode ter problemas para receber o pagamento pela carga. "Um navio de 20 milhões de dólares, não é brincadeira contar que vai receber isso e começar atrasar", afirmou, referindo-se ao valor aproximado de uma carga típica de 60 mil toneladas.

Além disso, se o navio ficar parado, impedido de descarregar, ou atrasar o embarque por causa da greve, isso gera um custo adicional de 30 mil dólares por dia, pelas despesas com o frete.

A Abiove, que representa os exportadores de soja, afirmou que ainda não há informações sobre problemas pela greve.

Procurados, exportadores de carnes não se manifestaram imediatamente sobre o assunto. Os fiscais agropecuários também são responsáveis por liberar essas cargas, incluindo de animais.

Greve de fiscais federais afeta exportação de milho e de carnes

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A greve de fiscais federais agropecuários está afetando a emissão de certificados sanitários e já começa a prejudicar as vendas externas de produtos como milho e carnes, num momento em que as exportações desempenham papel fundamental para a economia brasileira.

"(A greve de fiscais) é a pior coisa que pode acontecer para exportações de grãos", disse à Reuters nesta sexta-feira o diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, referindo-se aos embarques de milho, que normalmente ganham ritmo no segundo semestre.

Os fiscais federais agropecuários iniciaram uma paralisação na quinta-feira por melhores salários e contra ajustes fiscais anunciados pelo governo.

O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) estimou nesta sexta que 70 por cento dos trabalhadores aderiram ao movimento.

Nos portos de Santos, o principal para embarques de grãos do Brasil, e de Itajaí (SC), importante para carnes, a adesão à greve é de 100 por cento, segundo a assessoria de imprensa do Anffa Sindical. Em Paranaguá, outro terminal relevante para exportações do agronegócio, a paralisação dos fiscais é parcial.

Segundo Mendes, da Anec, a falta de certificado fitossanitário pode impedir, por exemplo, o desembarque de milho brasileiro no exterior se o documento não for emitido a tempo.

"São vários importadores, é um mercado mais pulverizado, são granjeiros, não são grandes 'tradings', como é o caso da soja", disse. "E para cada importador tem que ter um certificado, isso vai dar um trabalho maior."

Ele disse que é prematuro para estimar perdas, acrescentando que as perspectivas são de exportações recordes de 30 milhões de toneladas de milho, que podem ser ameaçadas caso a greve dos fiscais se prolongue por muito tempo.

O Brasil é o segundo maior exportador global de milho, atrás dos Estados Unidos, e o principal fornecedor de carnes de frango e bovina no mercado internacional. Em meio à recessão da atividade no país, a balança comercial tem sido um alento para a economia nos últimos meses.

O diretor-geral da Anec disse que a associação está conversando diretamente com os fiscais de Santos, visando minimizar problemas. No caso dos outros portos, a negociação ocorre via Brasília.

A preocupação é para exportações com rotas mais curtas, com risco maior de o certificado não ser emitido a tempo de o produto chegar no destino. "Já informamos a fiscalização para priorizar esses casos, para não ter o perigo de não descarregar."

O certificado é emitido, normalmente, após o navio com o produto deixar o porto.

A Abiove, que representa os exportadores de soja, afirmou que ainda não há informações sobre problemas pela greve.

 

CARNES

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa exportadores de carnes, informou nesta sexta ter recebido relatos dos associados de que contêineres programados para embarcar carnes de aves e de suínos, além de ovos, não foram despachados devido à falta de assinatura dos certificados sanitários por parte dos fiscais.

"Prejuízos já começam a ser contabilizados pelas indústrias do segmento", disse a ABPA em nota, sem fornecer valores.

A associação disse estar preocupada com as consequências da continuidade da greve dos fiscais agropecuários para exportadores da avicultura e da suinocultura, que incluem empresas como BRF e JBS.

"Em um período de forte crise econômica, as exportações dos setores --que registraram crescimentos nos últimos meses-- têm desempenhado um importante papel na geração de divisas para o Brasil e na preservação do emprego e da renda, especialmente, em cidades do interior do país", disse a associação.

Fiscais agropecuários começam greve no país; liberações de cargas em risco

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SÃO PAULO (Reuters) - Os fiscais federais agropecuários brasileiros iniciaram nesta quinta-feira uma paralisação por melhores salários e contra ajustes fiscais anunciados pelo governo, em uma greve que ameaça afetar o comércio exterior de produtos passam por portos e aeroportos do país.

A greve deverá atingir também postos de fronteira, além dos frigoríficos de carnes, que terão o acompanhamento dos fiscais, mas não a emissão da certificação internacional, disse o sindicado.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Maurício Porto, as exportações brasileiras serão as mais prejudicadas com a paralisação.

"Com a greve, as certificações dos produtos de origem animal e vegetal não serão emitidas e, com isso, eles não poderão sair do país", afirmou em nota.

Porto disse também que serão mantidos todos os serviços essenciais à garantia da saúde pública e da sanidade animal e vegetal. 

Segundo o sindicato da categoria, cargas vivas e produtos perecíveis, que não tenham condições de armazenamento, vão ser liberadas.

O sindicato não tinha informação nesta quinta-feira sobre a adesão da categoria no primeiro dia do movimento ou sobre o impacto da greve.

A paralisação começou após tentativas de negociação com o governo federal pela reposição das perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos, segundo nota divulgada nesta quinta-feira.

(Por Roberto Samora)

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Fonte:
Reuters

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