CNTA teme que caminhoneiros estejam sendo manipulados e coagidos
Cinthia Alves
A CNTA – Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos alerta os caminheiros para que tenham cuidado com lideranças que podem estar se aproveitando da luta legítima da classe em prol de outros interesses.
“Embora se reconheça que existam dirigentes verdadeiros no meio do movimento, tememos que algumas lideranças oportunistas confundam os caminhoneiros. Temos indícios de que falsos líderes estão tentando se legitimar como representantes dos caminhoneiros autônomos, aproveitando-se do desespero da classe e a insatisfação política e econômica da população, para se promoverem ao invés de apresentar propostas concretas para os problemas”, avalia Diumar Bueno, presidente da CNTA.
A Confederação esclarece que sempre esteve apoiando o movimento, mas sobretudo buscando soluções. “É preciso exigir do Governo o que compete a ele e do mercado àquilo que é justo e de direito. Gritos de ordem incitando mais protestos podem conseguir apoio e simpatia, mas sem propostas concretas de nada adiantam”, disse Bueno.
A CNTA questiona quem está custeando a movimentação dos caminheiros à Brasília, já que o valor de deslocamento de um caminhão que sai de Porto Alegre até o Distrito Federal gira em torno de R$ 3,5 mil só em combustível, sem incluir o gasto com pedágio e alimentação. “Com certeza não são os autônomos que irão arcar com este custo, pois já amargam o prejuízo de 11 dias parados”, observa Bueno.
Ele ainda acrescenta que a categoria conseguiu chamar a atenção do poder público e da sociedade para os problemas gravíssimos que estão enfrentando e mostrou a importância que ocupa na economia do país, mas é preciso agir com coerência para se conseguir avançar. “Tabela de frete é uma regulação de mercado, então cabe a nós entrarmos em um acordo quanto a preços mínimos e exigir das transportadoras o cumprimento”, afirma.
Até o momento, não existia nenhuma tabela mínima de preços de frete para os caminhoneiros autônomos. A CNTA divulgou na última sexta (27) uma tabela de referência. “Essa tabela pode e deve receber contribuições e sofrer ajustes, é um piso mínimo e não limitador, mas não podíamos mais esperar”, comunicou Bueno.
Em relação ao óleo diesel, a Confederação afirma que é possível a diminuição da carga tributária levando a questão ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para efetivamente baixar os preços. E essa será uma das propostas que será apresentada em reunião marcada para o dia 10 com representantes do Governo.
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