ABPA acredita no fim gradual dos bloqueios dos caminhoneiros
Em meio aos estragos causados pelos bloqueios dos caminhoneiros nas estradas, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, está otimista quanto a liberação gradual do fluxo de veículos que não aderiram ao movimento.
Após participar de encontro com representações dos caminhoneiros ontem, em Brasília (DF), juntamente com empresários do setor e com os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-geral da Presidência), Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Turra destacou que lideranças do movimento também desejam o fim imediato da greve.
“Representantes dos caminhoneiros me procuraram logo após a reunião e se mostraram sensíveis ao gravíssimo cenário que apresentamos. Nossa expectativa é que aceitem a proposta do governo para, posteriormente, negociarem outros pontos. Falta centralização nas negociações, mas cremos que, conforme ocorra o aceite das propostas por cada sindicato, gradualmente os bloqueios se encerrarão. Contudo, não poderá o governo, com isto, retirar nenhum item da pauta de negociação com os caminhoneiros”, explica.
A avicultura e a suinocultura contabilizam fortes prejuízos com a greve. Mais de 60 plantas frigoríficas apresentam redução da produção ou paralisação total. Pequenas e grandes empresas foram afetadas. Contratos de exportação começam a ser postergados.
“Trabalhamos durante décadas para a construção da imagem da cadeia produtiva como sustentável, pautado pela qualidade, sanidade e preservação do bem-estar animal. Agora, circulam imagens que prejudicam gravemente este trabalho, em uma situação que não foi gerada pelo setor”, destaca.
Turra alerta que, mesmo quando os bloqueios terminarem, ainda levará semanas até que tudo seja reestabelecido. “O ciclo de produção de aves, que é o mais rápido, demora 45 dias. Não há dúvidas que faltará alimentos nas prateleiras. Chegou o momento dos caminhoneiros, que são pequenos empreendedores, enxergarem que a paralisação afetou principalmente aqueles que não carregam qualquer culpa pelas dificuldades enfrentadas por eles, como é o caso dos produtores de aves e suínos e toda a população brasileira”, explica o presidente da ABPA.
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