DA REDAÇÃO: Produção de trigo no RS sobe 15%, já PR tem quebra de 30% nesta safra
De acordo com Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, o Paraná, principal produtor do cereal, já possui 70% do seu trigo colhido. No entanto, esta safra apresentou quebra de 30% no Estado, devido à redução de 13% da área plantada e 17% em função das geadas do final de junho. Já no Rio Grande do Sul a expectativa é de que o Estado colha 2,1 milhões de toneladas, contra 2,4 milhões do Paraná.
Quanto aos preços, o analista explica que a tendência é de preços mais fracos devido à produção no Paraná e Rio Grande do Sul e à iminência da colheita na Argentina, onde os preços do trigo também seguem em queda, além é claro do cenário macroeconômico afetado pela crise na Europa.
Segundo Bento, os preços do trigo têm encontrado suporte no milho, que hoje vale mais do que o trigo, levando-o a uma maior utilização para a ração animal. “Caso ocorresse uma queda nos preços do milho, a situação do trigo iria se complicar, pois o suporte tem sido o mercado de ração animal”, explica.
No entanto, o Governo deve intervir nos preços, como acontece todo ano, a partir da próxima semana, com a liberação de 150 milhões de reais para leilões de PEP, Pepro e AGF para escoamento desta safra. “A referência para o produtor deve ser preço mínimo garantido pelo Governo, o que vier acima disso é um preço que deve ser aproveita para comercialização.
Trigo Argentino
De acordo com Bento, já é possível encontrar trigo argentino no Rio Grande do Sul mais barato que o trigo brasileiro. Isso acontece por que a produção na Argentina é menos onerosa por fatores climáticos, melhor solo e tributários. “No Brasil, o ICMS do Rio Grande do Sul é de 12%, o que complica a comercialização”, afirma.
O Brasil é hoje um grande exportador e importador de trigo. O cereal produzido em solo brasileiro vem melhorando em qualidade desde 1990, quando foram abertas as exportações do cereal, conclui o analista.
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