Governo confirma saída de Orlando Silva do Ministério dos Esportes
Desde então, Orlando Silva vinha negando participação no esquema, tendo prestado informações ao Congresso Nacional. Ele também pediu ao Ministério Público que o investigasse para garantir sua inocência. A ministra Cármen Lúcia determinou que o inquérito que já investiga o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), seja levado ao STF para que ela avalie se o processo deve correr em conjunto com o de Orlando Silva. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma "relação intensa" entre os casos.
Oposição pede que investigações no Esporte continuem
Com a confirmação da queda do ministro Orlando Silva, parlamentares de oposição afirmaram nesta quarta-feira que as investigações sobre os desvios no Esporte devem continuar. O líder do DEM, ACM Neto (BA), acredita que o caso não pode cair no esquecimento: "A saída não põe fim às irregularidades. É fundamental que os responsáveis paguem", afirma.
Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), é preciso alterar o sistema de gestão, que privilegia o apadrinhamento e a divisão de cargos com critérios políticos: "Substituir o ministro sem alterar o modelo, que é de loteamento, não funciona", avalia.
Máquina - O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), adota o mesmo discurso: "É essa máquina que tem de ser desmontada. O governo está podre", diz ele. Já o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) foi direto: para ele, é preciso aprofundar as investigações sobre o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz - ex-ministro do Esporte e ex-integrante do PCdoB. "Os depoimentos e as gravações telefônicas que estão na Justiça indicam que o petista é o grande operador desse esquema”, afirma o parlamentar. “O capo não é o Orlando Silva, o capo é o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. É esse o homem”,
Os líderes da oposição também cobram da presidente Dilma um substituto preparado. A princípio, ACM Neto não se opõe à escolha de mais um integrante do PCdoB. "O problema não é se o indicado é do PCdoB. O problema é quem vai ser indicado", resume.
Solução - Orlando Silva deixou nesta quarta-feira o cargo de ministro do Esporte do governo Dilma Rousseff. Ele é o sexto ministro de Dilma Rousseff a deixar a equipe desde o início do mandato da presidente, em janeiro – e o quinto a cair por envolvimento em um esquema de corrupção. O anúncio oficial foi feito à noite pelo próprio Orlando Silva após reunião dele com a presidente Dilma e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, no Palácio do Planalto. "Fato nenhum houve que possa comprometer a minha honra e minha conduta ética", afirmou o agora ex-ministro.
O comunista voltou a dizer que não há provas contra ele e tachou as denúncias feitas pelo policial militar João Dias como um "ataque baixo" e uma "agressão vil", mas admitiu o acirramento da crise política por causa das denúncias. "Decidimos que a melhor solução seria sair do governo para defender a minha honra", disse, reafirmando o apoio ao governo Dilma apesar de seus desligamento do cargo. "Saio com o sentimento do dever cumprido".
"Nós defendemos desde o primeiro momento nosso ministro porque ele é honesto, sincero e um jovem com grande capacidade", disse Renato Rabelo, durante a entrevista coletiva.
A decisão de tirar Orlando Silva do governo já estava tomada desde a manhã desta quarta. Conforme noticiou a coluna Radar on-line, Orlando Silva era considerado desde cedo pelos colegas de partido e pelo governo um "cabra marcado para morrer". Às 18 horas o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, confirmou que a demissão era inevitável.
Interino - Por enquanto, o Ministério do Esporte ficará a cargo de um interino, também filiado ao partido de Orlando Silva, o secretário-executivo da pasta, Waldemar Manoel Silva de Souza. Ele integra a direção estadual do PCdoB no Rio de Janeiro e foi o braço direito de Silva no ministério. Seguindo ordens do chefe, Souza constituiu uma Comissão de Sindicância em 24 de outubro para investigar as revelações de VEJA. O escândalo envolvendo Orlando Silva chegou a respingar no secretário-executivo. O policial militar João Dias Ferreira, que denunciou o esquema de corrupção na pasta, disse ter, entre as provas das irregularidades, o áudio de uma reunião de abril de 2008 que teve a presença de Souza e de outros três integrantes da cúpula do ministério.
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