Comércio entre MT e EUA será ampliado

Publicado em 23/03/2011 10:58

Ocupando apenas a modesta 23ª posição no ranking dos maiores compradores de Mato Grosso, os Estados Unidos poderão ampliar suas relações comerciais com o Estado caso o governo norte-americano decida rever sua política de concessão de subsídios e abertura do comércio com a América Latina. A expectativa é de que madeira e produtos agropecuários industrializados e semiprocessados de Mato Grosso, como carne bovina e frango, aumentem sua participação no comércio para os Estados Unidos.

O pedido para que os Estados Unidos ponham fim às barreiras protecionistas a setores produtivos da economia norte-americana como condição para intensificar as relações comerciais entre os dois países foi feito pela presidente Dilma Rousseff, no encontro que manteve com o presidente Barack Obama, no último final de semana. Em declaração conjunta à imprensa no Palácio do Planalto, Dilma citou setores como o de biocombustíveis, especificamente o etanol, exportação de carne, algodão, suco de laranja e aço, produtos brasileiros que precisam enfrentar sobretaxas para entrar nos Estados Unidos. Destes cinco itens oficializados após o discurso da presidente, três são fartamente oferecidos pelo Estado: algodão, etanol e carne bovina.

Por ser um Estado eminente agropecuário, Mato Grosso, – maior produtor de soja, carne e algodão do país - é um dos mais afetados pela política protecionista norte-americana. Em um cálculo sobre o montante dos prejuízos aos produtores brasileiros, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) chegou à conclusão de que só com exportações que deixaram de serem feitas as perdas totalizam a cifra de US$ 690 milhões por ano. Se levados em conta os prejuízos no mercado interno decorrentes dos preços internacionais, o montante salta para US$ 830 milhões. No caso de Mato Grosso, as perdas com exportações – decorrentes da concessão dos subsídios norte-americanos – beira a casa de US$ 400 milhões, equivalente a 58% do montante nacional.

EXPORTAÇÕES – A participação dos Estados Unidos nas vendas mato-grossenses ainda é incipiente. “Vendemos muito pouco, pois o que produzimos aqui, como soja, algodão e milho, eles produzem em larga escala e são nossos concorrentes no mercado global”, afirma o assessor técnico de comércio exterior da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Paulo Henrique Cruz.

No ano passado, Mato Grosso exportou apenas US$ 73,29 milhões para os Estados Unidos e importou US$ 118,96 milhões (basicamente, maquinários e aviões agrícolas), déficit comercial de US$ 45,67 milhões no ano. “Mesmo com a pequena participação dos EUA, o comércio entre os dois países vem crescendo e a nossa expectativa é de que as exportações sejam intensificadas nos próximos anos”, frisou Paulo Cruz. “Os EUA são grandes produtores de milho, mas vão precisar importar mais para atender à política de substituição do petróleo por outros sustentáveis”. Outra possibilidade é incrementar as exportações de carnes e madeira. “A política de aproximação entre os dois países, assim como a visita do presidente Obama ao Brasil, pode ser o início da intensificação do comércio de Mato Grosso com os EUA”.

BARREIRAS - Em visita ao Brasil, Obama garantiu que há esforços para acabar com as barreiras comerciais. O Brasil e os Estados Unidos travam várias disputas comerciais em decorrência das barreiras impostas pelo governo norte-americano a vários produtos nacionais. De 2000 a 2010, a balança comercial entre o Brasil e os Estados Unidos passou de um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões para um déficit de mais de US$ 7,7 bilhões. “Para nós, é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos”, defendeu a presidente Dilma Rousseff.

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Fonte:
Diário de Cuiabá

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