Soja e feijão disputam safrinha no sudoeste do PR
O número é inferior à área de feijão (2.ª safra), estimada em 42 mil hectares, conforme a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A oleaginosa, por sua vez, vai abocanhar 38 mil hectares no Sudoeste, o que corresponde a 34% de toda a área da cultura nesta época no estado.
Nas propriedades visitadas pela Expedição Safra Gazeta do Povo até ontem, observa-se que a soja safrinha ocupará áreas já cobertas pela oleaginosa no verão, enquanto o feijão deverá entrar nas áreas plantadas de milho. A decisão em plantar soja sobre soja reduz o potencial produtivo das lavouras, que rendem cerca de 20 sacas (60 quilos) por hectare a menos na colheita de inverno.
Feijão
O golpe sofrido com a forte queda dos preços da saca de feijão na última safra não assusta os produtores do Sudoeste. Eles acreditam em uma recuperação dos preços até a próxima colheita. “Quando o preço está baixo no plantio, é sinal de que pode melhorar na colheita”, avalia Wilson Ranpi, da Fazenda Santo André.
O produtor pretende plantar 60 hectares de feijão à medida que as colheitadeiras forem passando pelas lavouras de milho. A área é maior do que a da safra recém-colhida, que ocupou cerca de 30 hectares.
Já o agricultor de Pato Branco André Luiz Ceni sustenta a manutenção da área de 15 hectares com feijão da 2.ª safra na antecipação da colheita do produto. “Como o feijão é o primeiro a entrar no mercado após a 1.ª safra, a chance de pegar melhores preços é maior”, afirma. Em relação à 1.ª safra, Ceni revela que toda a produção de feijão ainda está estocada à espera de comprador. O valor atual, segundo ele, é de R$ 55 por saca, mas apenas nominal.
Além da menor rentabilidade prevista para o cultivo de milho na 2.ª safra, o risco e o custo do plantio do cereal também são mais altos do que com o feijão, complementa Fabrício Monteiro, técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que acompanha a Expedição no Sudoeste do Paraná. Sem contar que, para aproveitar a janela climática ideal, os produtores deveriam ter iniciado a semeadura do milho em dezembro ou janeiro, o que não seria possível neste ano.
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