Para garantir suprimento, UE facilita importação de açúcar

Publicado em 11/02/2011 07:07
A União Europeia (UE) decidiu facilitar a importação de açúcar pelos seus 27 países-membros, para evitar problemas de abastecimento, revelaram fontes em Bruxelas, em meio ao ceticismo de produtores europeus.

A UE também decidiu liberar a venda no mercado interno de 500 mil toneladas do açúcar "fora da cota", ou seja, a produção que excedeu os limites nacionais autorizados. Normalmente, esse excedente só podia ser exportado ou destinado a fins não alimentares, como produção de etanol ou para a indústria química.

Agora, Bruxelas resolveu suspender também a taxa de € 500 por tonelada no açúcar "fora da cota" que poderá ser vendido para fins alimentícios no bloco.

Fontes europeias argumentaram que a medida, ainda em fase de preparação, deve-se aos sinais preocupantes de falta de açúcar em países como Portugal, por exemplo. No ano passado, a UE suspendeu a tarifa de importação de açúcar procedente do Nordeste brasileiro, também pela mesmo motivo.

Em 2009/2010, a UE importou entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas de açúcar. A expectativa agora é de que esse montante aumente. Bruxelas não fixou limites. Quem quiser importar deve fazer o pedido à UE, que por sua vez examina o processo e libera a compra com tarifa menor ou mesmo livre de alíquota.

No entanto, o Comitê Europeu de Fabricantes de Açúcar (Cefs) não escondia o ceticismo com a ação das autoridades do bloco. Considera a medida inócua porque se há escassez de produto no mercado internacional, dificilmente os europeus vão poder importar mais para atender suas necessidades de açúcar para alimentação.

Segundo o Cefs, quando a UE mencionou a intenção de facilitar as importações, há algumas semanas, a consequência foi justamente o aumento do preço no comércio internacional.

A rigor, o Brasil deveria ser o principal beneficiado pela necessidade europeia, se tivesse mais açúcar para vender. Mas analistas em Bruxelas acham que o espaço no mercado acabará sendo ocupado por alguns países pobres produtores que, por sua vez, terão dificuldades para atender sua própria demanda interna.

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Fonte:
Valor Econômico

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