Cepea sugere fundo de reserva contra riscos da tomaticultura
Conforme pesquisas da Equipe Hortifruti Brasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), em 2009, o preço do tomate ao produtor variou de R$ 10,00/cx a R$ 44,50/cx de 23 kg, sendo que o custo médio por caixa ficou entre R$ 13,00/cx e R$ 16,50/cx. No mesmo ano, quando a Equipe Custo/Cepea estimou a rentabilidade do produtor com base nos preços médios, custos e produtividade, o lucro por hectare variou de um prejuízo de R$ 20.000,00 até um lucro de R$ 100.000,00.
Tendo em vista a falta de políticas públicas de apoio à comercialização, elevado risco de rentabilidade da cultura e o seu alto custo de produção, pesquisadores do Cepea defendem que o produtor crie um fundo de reserva a ser feito em anos de boa rentabilidade para cobrir prejuízos em anos ruins. Tendo essa reserva, o produtor evita sua inadimplência, que poderia limitar seu acesso ao crédito ou ter de pagar juros muito elevados.
A estimativa de quanto o produtor deve provisionar em anos bons com vistas a cobrir prejuízos em outras safras, segundo pesquisadores do Cepea, começa pela análise do histórico do seu fluxo de caixa. Com dados apurados em campo a partir de 2006, os pesquisadores observam que julho e agosto são os meses de maior risco para a tomaticultura nacional, com mais de 40% de chances de o resultado do produtor ser negativo. Por outro lado, março, abril e maio são os meses de menor risco de prejuízo, sendo respectivamente de 11%, 6% e 13%.
Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa - Margarete Boteon, João Paulo B. Deleo e Richard Truppel - destacam que o ideal é que os tomaticultores avaliem o seu grau de exposição ao risco com base no seu fluxo de caixa antes de planejar o plantio. Para o cálculo apurado do fluxo de caixa, lembram, é importante uma contabilidade dos gastos e das receitas. “O risco de preços é inerente à cultura do tomate e, independente da escala do produtor, todos estão expostos. A diferença é o modo como gerenciam o ‘dinheiro do tomate’”, comenta a pesquisadora Margarete Boteon.
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