Soja: Dólar firme e avanço do plantio nos EUA provocam retração dos preços em Chicago
Nesta quarta-feira, cinco de maio de 2010, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com perdas expressivas, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME), conforme a tabela acima. Esse recuo está diretamente ligado à continuada valorização do Dólar norte-americano perante o Euro e perante outras moedas conversíveis. Aliás, este tema pode ser descrito de forma igualmente lógica, se falarmos de continuada desvalorização do Euro face o Dólar dos EUA.
Por trás da valorização do Dólar existe forte desconfiança em relação ao Euro e a outras moedas conversíveis, muito em função da grave crise financeira que ameaça a estabilidade da economia da Grécia e que poderá alastrar-se por outros países com problemas em suas economias, a exemplo da Espanha, de Portugal e da Irlanda. Nesse contexto de insegurança presente em distintos países europeus, o Dólar norte-americano aparece como porto seguro, pois a economia dos EUA, apesar de alguns percalços ainda à vista está em plena recuperação. O Dólar valoriza-se e as commodities futuras trabalham em baixa, em decorrência desse fato.
Outro fato baixista para a oleaginosa tem consistido no rápido ritmo do plantio de soja nos EUA: já foram plantados até o último domingo acres correspondentes a 15 % da área total a ser semeada naquele país, Fala-se nos bastidores de Chicago na possibilidade de, se o clima ajudar, até 41 % da área total planejada para a oleaginosa estar semeada até o próximo domingo, dia nove de maio corrente, naquele país.
O mercado futuro de soja atravessa conjuntura em que a firme demanda global - especialmente a demanda de origem chinesa - está sendo contrabalançada (i) pela amplitude recorde das safras sul-americanas de soja já quase inteiramente colhidas e (ii) pelas condições muito boas, senão quase ideais, da safra norte-americana cuja velocidade de plantio é das mais aceleradas de que se tem notícia.
O colapso das cotações futuras da oleaginosa em Chicago está sendo evitado - e não se pode saber até quando - pela incerteza climática sazonal que costuma prolongar-se, com respeito ás lavouras de soja nos EUA até meados de julho e, às vezes, até meados de agosto. Sustos climáticos (weather scares) podem acontecer nas próximas semanas, mas não há como prevê-los.
Por enquanto estão sendo mantidos e devidamente incorporados às cotações de soja em Chicago prêmios de risco climático. Esses prêmios poderão ser gradualmente retirados, se as condições das lavouras de soja norte-americanas continuarem satisfatórias. Nesta data, estima-se que os fundos de especulação tenham vendido cerca de 4.000 lotes futuros (544.000 toneladas) da oleaginosa.
0 comentário
Soja tem sessão de volatilidade em Chicago e negócios travados no mercado brasileiro
Paraná colhe 2% da área de soja e vê piora na condição da lavoura, diz Deral
Colheita da soja começa lenta e deve ganhar ritmo no final de janeiro
Distribuição de chuvas positiva deve trazer boa produtividade na soja de Rondônia
Colheita da soja começa lenta no Brasil e plantio do arroz é finalizado no RS
Soja realiza lucros em Chicago nesta 3ª feira, após duas sessões de altas fortes